“Somos uma democracia em que há antidemocratas”, diz Cármen Lúcia

Atualizado em 25 de abril de 2022 às 12:16
"Somos uma democracia em que há antidemocratas", diz Cármen Lúcia
Ministra do Supremo Trubunal Federal
Foto: Ueslei Marcelino

A ministra do STF Cármen Lúcia afirmou que as atitudes antidemocráticas presentes no Brasil são reflexos de “repetições históricas tristes do que ainda não conseguimos superar”.

Em entrevista ao jornal O Globo, a magistrada disse que a compreensão da República para os brasileiros é “mais dificultosa” por conta da história de colonização “extremamente impositiva e autoritária”.

“Somos uma democracia em que há antidemocratas ainda. Então é preciso que a gente construa socialmente a democracia e a República mais amplas. Isso é o que nos faz mais republicanos”, disse. …

Ela não se pronunciou a respeito da crise atual dos três poderes e afirma, “vamos esperar os julgamentos”

Cármen Lúcia também destacou a liberdade de imprensa como parte do direito fundamental à informação. De acordo com a ministra, tornar a magistratura mais compreensível é parte da democratização da justiça.

“A autoridade tem de ser exercida democraticamente, não autoritariamente. Quando a gente proclama o resultado, diz que ‘acolhe os embargos com efeitos infringentes para prover o agravo regimental no recurso especial’, o cidadão não entende”, afirmou.

Ao ser questionada sobre as revisões das condenações da Lava Jato, como é o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Cármen Lúcia disse que não está havendo retrocesso, mas que as investigações precisam ser feitas nos termos da lei. No ano passado, o STF anulou as condenações do petista em processos da operação.

A ministra disse também que “prende-se muito e prende-se mal no Brasil”. “A gente não fala hoje em prisão nem de passarinho, e vai prender ser humano? A não ser em casos especialíssimos, porque é contra a ideia de humanidade e de liberdade. O Direito precisa superar essa fase. O sistema prisional brasileiro é horrível e em muitos casos foi o Estado que falhou”, afirmou.

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