“Sonho que se sonha junto é realidade”: Boulos apresenta suas armas no Roda Viva. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 8 de maio de 2018 às 9:28

Guilherme Boulos deu um banho de inteligência e elegância em sua entrevista no Roda Viva.

Atropelou figuras sorumbáticas como Rubens Figueiredo, cientista político tucano da estirpe de Marco Antônio Villa, e um tal Fabio Wajngarten, empresário de mídia que ajudou a organizar reuniões de Bolsonaro com a comunidade judaica.

Escapando de cascas de banana jogadas por uma bancada que claramente o subestimava, Boulos deu seu recado:

. ”Se queremos moralizar o país vamos começar moralizando o judiciário, que tem auxilio moradia, auxilio viagem, auxílio bolo, auxílio de tudo”.

. “A nossa primeira medida no dia 1º de janeiro de 2019 será um plebiscito pra ver se o povo brasileiro quer manter ou revogar as medidas de Temer”.

. “Não me incomoda ser chamado de herdeiro do Lula porque acontece na medida em que Lula construiu sua história vindo de baixo. Mas acho que herdeiro só se fala de morto. Lula está vivo e é candidato à Presidência da República”.

. “Minha aproximação política com o PSOL não é de hoje. Eu votei na Heloísa Helena em 2006, votei no Plínio em 2010, votei na Luciana Genro em 2014”.

. “Hoje, qualquer um de nós, paga IPVA. Já o helicóptero do Zezé Perrella que foi pego com 400kg de cocaína não pagou imposto. O jatinho do Luciano Huck que foi financiado pelo BNDES não pagou um real de imposto”.

O nó do Brasil, lembrou com razão, é a desigualdade.

Eis a grande pauta, o que deve ser discutido e levado adiante como projeto: o Brasil tem de ser menos desigual.

Uma excelente supresa, um sujeito de futuro e uma esperança.

Onde Ciro Gomes semeia a discórdia e a incerteza, ora batendo, ora afagando, Boulos é firme e solidário.

No final, ainda homenageou o Doutor Sócrates e tocou Raul: sonho que se sonha junto é realidade. Um recado para quem pensa na chapa Lula / Boulos.