Soraya Thronicke e vice de Tebet receberam mais de R$ 100 milhões em emendas do orçamento secreto

Atualizado em 30 de agosto de 2022 às 16:56
Simone Tebet e Soraya Thronicke
Foto: Tiago Queiroz/ Estadão

A senadora Soraya Thronicke, candidata à Presidência pelo União Brasil, foi beneficiada com R$ 95,2 milhões em emendas do orçamento secreto durante os últimos três anos. Além de Soraya, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), candidata a vice na chapa presidencial de Simone Tebet (MDB), recebeu R$ 19,2 milhões em emendas secretas no ano de 2020, segundo o Estadão.

Tebet descreve o orçamento secreto como o “maior esquema de corrupção do planeta” e afirma não ter recebido nenhum valor. As três são as únicas mulheres parlamentares a disputar a Presidência da República, neste ano.

O orçamento secreto consiste na liberação de verbas federais para deputados e senadores sem transparência. Não sendo possível saber quais parlamentares o governo atendeu e quais foram os critérios para o pagamento. O esquema teve início em 2020, com R$ 20,1 bilhões, e chega a R$ 16,5 bilhões em 2022.

Bolsonaro recebeu críticas pelo orçamento secreto durante o debate entre os presidenciáveis, na noite de domingo (28). Tebet disse que o esquema é “o maior escândalo da história do Brasil”. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) também são críticos da prática e prometem acabar com o esquema. No entanto, o Congresso se movimenta para manter os recursos independentemente de quem for eleito presidente.

Procurada pelo Estadão, Soraya disse que “não deixaria de levar recursos” para o Estado e que a verba foi importante para a saúde e educação. “O que fiz foi dar transparência. Nenhuma das indicações que faço são secretas, dou publicidade a todos os recursos que destino para as políticas públicas do meu estado. Defendo que haja transparência em todos os atos públicos, principalmente no que tange dinheiro público”, disse a candidata.

Já Mara Gabrilli afirmou que as emendas que apadrinhou foram destinadas para saúde, educação e inclusão social durante o ano de 2020, no auge da pandemia de covid-19. Ela disse também que defende a transparência de todos os recursos para que não sejam “secretos”.

“Simone e Mara, ambas senadoras, dividem o mesmo posicionamento sobre a gravidade que é permitir as emendas de relator e seu mau uso político”, afirmou a candidata a vice em nota.

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