
Alvo de uma operação da Polícia Federal nesta sexta (19), o deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara, declarou à Justiça Eleitoral em 2022 um patrimônio de apenas R$ 4,9 mil. A informação consta na prestação de contas apresentada por ele nas eleições daquele ano.
Segundo a declaração, Sóstenes informou possuir apenas dois saldos em contas correntes: uma com cerca de R$ 4,3 mil e outra com aproximadamente R$ 600. Não havia, à época, registro de imóveis, veículos ou outros bens em seu nome.
Três anos depois, durante a operação da PF, agentes apreenderam cerca de R$ 430 mil em dinheiro vivo em um flat alugado pelo deputado na região central de Brasília, onde ele costuma permanecer durante a semana. O valor chamou atenção diante do patrimônio declarado anteriormente.
Em resposta, Sóstenes afirmou que o dinheiro tem origem lícita e seria resultado da venda de um imóvel. Segundo o parlamentar, a compra do apartamento ocorreu após as eleições de 2022, motivo pelo qual o bem não constaria na declaração apresentada à Justiça Eleitoral naquele ano.

“Aprendam uma coisa: dinheiro de corrupção não aparece lacrado, identificado e recolhido oficialmente na sua residência. Vendi um imóvel, o imóvel me foi pago com dinheiro lícito, está lacrado, tem a origem, então não tenho nada a temer”, acrescentou.
Em eleições anteriores, o patrimônio declarado por Sóstenes era maior. Em 2018, quando também se elegeu deputado federal, ele informou à Justiça Eleitoral bens no valor de R$ 134,6 mil, sendo a maior parte correspondente a um veículo Tucson avaliado em R$ 122 mil.
Sóstenes é investigado no âmbito da Operação Galho Fraco, que apura suspeitas de desvio de recursos públicos provenientes de cotas parlamentares. O deputado Carlos Jordy, também do PL do Rio de Janeiro, é outro alvo da investigação. Ao todo, a Polícia Federal cumpriu sete mandados de busca e apreensão autorizados pelo Supremo Tribunal Federal no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.