Se a disputa pela Prefeitura de São Paulo se concentrar nos atuais líderes de intenção de voto, Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) podem disputar uma parcela significativa do eleitorado que atualmente apoia candidatos minoritários, segundo pesquisa Datafolha.
O deputado federal tem o potencial de atrair mais eleitores de Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo), especialmente se a influência dos apoios do presidente Lula (PT) e de Jair Bolsonaro (PL) sobre a decisão de voto se confirmar. Por outro lado, o atual prefeito tende a ser o principal beneficiado pelos votos de Kim Kataguiri (União Brasil).
Boulos e Nunes lideram atualmente a corrida eleitoral, em um empate técnico, com 30% e 29% das intenções de voto, respectivamente. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.
O deputado é apoiado por Lula, enquanto o prefeito conta com o apoio de Bolsonaro. Se a eleição ocorresse hoje, tanto o presidente quanto o ex-presidente poderiam ter uma influência decisiva, como indica a pesquisa.
Considerando que o conhecimento sobre os apoios aumente ao longo da campanha e que o poder de atrair ou repelir eleitores do presidente e do ex-presidente se mantenha, Boulos poderia obter de 1,4 a 5,3 pontos que hoje seriam de Tabata.
Já Nunes, com o apoio de Bolsonaro, poderia receber de 0,6 a 1,4 ponto de Tabata, já que a maioria dos eleitores dela afirmou que não votaria em um candidato indicado pelo ex-presidente.
No caso de Marina Helena, uma parcela expressiva dos eleitores também se mostra contrária a um nome indicado por Lula, o que sugere uma possível confusão com a ministra do petista, considerando que a candidata do Novo, à direita, trabalhou no governo Bolsonaro.
Atualmente, o apoio de Lula e do ex-presidente poderia fazer com que até 4,6 pontos de Marina Helena fossem para Boulos, e no máximo 2 para Nunes.
Nunes seria o destinatário natural da maioria dos votos de Kim, pois a maioria dos eleitores dele afirmou que jamais votaria em um candidato indicado por Lula.
No entanto, o deputado federal tem enfrentado pressão interna em seu próprio partido para desistir da candidatura, com caciques da União Brasil preferindo apoiar a reeleição de Nunes.
Em um cenário sem Tabata entre os candidatos, Boulos e Nunes permaneceram empatados, ambos com 33% dos votos.
O atual prefeito também poderia potencialmente receber mais votos entre os eleitores de São Paulo que declaram voto em branco/nulo ou nenhum. Nesse grupo, a rejeição a um nome indicado por Lula é maior do que a um endossado por Bolsonaro.