Stédile ao DCM: “Se Lula for preso, o MST estará em fóruns e tribunais de todo o país”. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 30 de julho de 2016 às 21:52
Stédile
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O MST inaugurou na Alameda Eduardo Prado, centro de São Paulo, uma loja com produtos oriundos de assentamentos, cultivados por pequenos agricultores e empresas parceiras.

Farinha de trigo, arroz, feijão, soja, ovos, cachaças, sucos, cervejas, mel, ervas, café colombiano e política — tudo orgânico, um mercado que movimentou em 2015, oficialmente, R$ 2,5 bilhões.

A estreia do Armazém do Campo foi concorrida. Lula era esperado, mas não compareceu. Segundo alguns dos presentes, está finalmente fazendo o que a família lhe cobrou a vida inteira: passando o sábado e o domingo com filhos, netos e a mulher.

Outro motivo óbvio foi mencionado: o desgaste com a Lava Jato numa semana em que ele virou réu, acusado de tentar obstruir a Justiça.

O DCM ouviu alguns dos presentes sobre a carta que está na mesa no país: a possibilidade de Lula ser preso, sonho de Sérgio Moro.

João Pedro Stédile, fundador do MST, já tem uma estratégia desenhada. “Seria uma estupidez muito grande o poder judiciário cometer uma afronta contra um ex-presidente que não cometeu nenhum crime”, diz. “Seria uma perseguição política que geraria uma contradição para a própria direita”.

Admite que isso tem sido discutido com sua organização e com a Frente Brasil Popular. “Se ocorrer, nós nos mobilizaremos imediatamente, fazendo manifestações em todos os locais símbolos do Judiciário, como os fóruns e tribunais em todo o país, fazendo vigílias”, conta.

“Juridicamente, eles podem fazer o que querem, como têm feito em outros processos. Mas eu digo que politicamente é improvável porque qualquer operador da direita se daria conta de que uma prisão do Lula traz mais prejuízos para a direita, reunificaria a esquerda e transformaria o Lula numa vítima, num herói”.

Eduardo Suplicy, já recuperado de sua versão particular da condução coercitiva pelas mãos da PM de São Paulo, disse que esteve com Lula no dia anterior. “Ele me falou que não cometeu nenhum ato ilícito. O importante é que tenha assegurado o direito de defesa. Ele não pode ser submetido às condições do juiz federal Sérgio Moro”, afirma.

Fiel ao seu estilo direto e reto, o comentarista esportivo José Trajano acredita que “tudo o que essa ratatuia deseja é inviabilizar a candidatura de Lula para 2018, mexendo todos os pauzinhos”.

Ratatuia, segundo o Caldas Aulete, significa “bando de malfeitores, de desonestos; QUADRILHA”.

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