Stedile denuncia manobra do agronegócio: “Virou moda”

Atualizado em 16 de fevereiro de 2024 às 7:51
João Stedile, líder do MST. Foto: reprodução

O economista João Pedro Stedile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), publicou na última quinta-feira (15), em sua conta no X, antigo Twitter, uma denúncia a uma nova prática criminosa do agronegócio no Brasil. Segundo o ativista, donos de fazendas têm criado uma manobra, batizada por Stedile de “indústria dos recursos judiciais”, para adiar o pagamento de dívidas alegando falência, o que estaria prejudicando até empresas internacionais:

O agronegócio vive se autoelogiando, como quem carrega o Brasil nas costas, etc. Mas esconde sempre os subsídios governamentais, os agrotóxicos, o trabalho escravo. E agora inventou mais uma: a indústria dos recursos judiciais.

Fingem que estão quebrados, entram na justiça e conseguem adiar o pagamento da divida por 10 anos, com juros irrisórios. Já virou moda. No ano passado, 263 empresas do agronegócio, todas com muitos hectares plantados de commdities pediram a falência judicial.

A máfia se instalou sobretudo em SC, PR, MG e GO. A coisa é tão grave que até as entidades das empresas transnacionais que vendem os insumos, e compram as commodities deles, tomaram prejuízo e estão denunciando.

Se eles declaram falência, então deveria ter acordo com bancos, credores, e governo para entregarem as terras para reforma agraria. Afinal não cumprem sua função social e ainda dão calote em outros agentes econômicos.

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Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.