Integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) consideram um tiro no pé o convite feito às Forças Armadas para participar de uma comissão criada pela Corte eleitoral. O objetivo era ampliar a transparência das eleições, no entanto, a atuação dos militares no colegiado fez com que magistrados avaliassem que a ideia teve o efeito contrário: ao invés de aumentar a confiabilidade do pleito, forneceu uma ferramenta para as Forças Armadas inflarem ainda mais o discurso de Bolsonaro contra o sistema eleitoral brasileiro.
A iniciativa do convite foi do então presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, ainda em 2021, durante ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) às urnas eletrônicas e questionamentos de aliados do Planalto contra o sistema eleitoral brasileiro. A intenção dele era trazer os militares para mais perto do processo eleitoral e, assim, conseguir o respaldo deles na defesa do sistema eletrônico de votação. As Forças Armadas sempre auxiliaram o TSE na logística dos pleitos, mas pela primeira vez passaram a integrar oficialmente uma comissão dessa natureza.
No entanto, na avaliação de integrantes do STF e do TSE, apesar da boa intenção, a medida acabou sendo um tiro no pé. A presença dos militares na comissão criada pelo tribunal eleitoral, segundo informações da Folhapress, está sendo vista por alguns magistrados como uma forma de dar munição ao discurso antidemocrático de Bolsonaro.
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