
Com o voto de Cristiano Zanin, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condena o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos cinco crimes cometidos durante a trama golpista.
Além de Bolsonaro, outros 7 réus também foram condenados, sendo:
– Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
– Almir Garnier, ex-comandante da Marinha.
– Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal.
– Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional.
– Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e delator da trama golpista.
– Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa.
– Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
A ministra Cármen Lúcia afirmou nesta quinta (11) que há “prova cabal” de que Jair Bolsonaro liderou uma organização criminosa voltada a tentar um golpe de Estado no Brasil. Com seu voto “A procuradoria fez prova cabal de que grupo liderado por Jair Messias Bolsonaro, composto por figuras-chaves do governo, das Forças Armadas e órgãos de inteligência, desenvolveu e implementou plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas com a finalidade de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022 e minar o livre exercício dos demais Poderes Constitucionais constitucionais, especialmente o Judiciário”, disse.
A magistrada ainda analisou as acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e concordou com o órgão. Segundo ela, o objetivo era impedir a alternância de poder após as eleições de 2022 e restringir a atuação dos demais Poderes, em especial do Judiciário.
Em voto, Cármen Lúcia diz que a PGR tem “prova cabal” de que grupo liderado por Bolsonaro implementou plano de ataque às instituições, com o objetivo de prejudicar a alternância de poder e minar o exercício dos demais Poderes. Ministra também destacou ataque às urnas eletrônicas… pic.twitter.com/u7N0jcJlqa
— GloboNews (@GloboNews) September 11, 2025
Logo no início de seu voto, Cármen Lúcia rejeitou pedidos das defesas dos réus, que alegavam cerceamento de defesa, incompetência do STF e nulidade da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Para a ministra, não houve qualquer irregularidade.
Ela ressaltou que o colaborador “voltou e reafirmou” em todas as etapas do processo que sua delação foi feita de forma espontânea. Dessa forma, votou pela validade das provas apresentadas por Mauro Cid, considerado peça central no caso.
A ministra também afirmou que os fatos descritos na denúncia da PGR não foram contestados pela defesa e rejeitou a tese de que a Corte não deveria julgar réus que não têm foto privilegiado, tese defendida por Luiz Fux.
Com a manifestação, há maioria na Primeira Turma para condenar Bolsonaro por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Além de Cármen Lúcia, também votaram pela condenação do ex-presidente Alexandre de Moraes (o relator do caso), que concordou com todos os crimes citados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Flávio Dino e Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma.
Fux votou contra condenar Bolsonaro, mas defendeu que Braga Netto e Cid sejam punidos por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito. Os dois já têm maioria pela condenação.
No caso de Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal, ele não será condenado pelos últimos dois crimes.
Acompanhe o julgamento: