STF ganha aprovação após condenação de Bolsonaro e Câmara se desgasta com PEC da Blindagem

Atualizado em 25 de setembro de 2025 às 8:28
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante julgamento no STF sobre a trama golpista. Foto: Reprodução

A pesquisa Pulso Brasil-Ipespe, divulgada nesta terça-feira (23), mostra que a aprovação ao Supremo Tribunal Federal (STF) subiu de 43% para 46% após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros envolvidos na trama golpista. Já a desaprovação caiu de 49% para 45% em comparação com o levantamento de julho.

Em contrapartida, a Câmara dos Deputados registrou queda de imagem. A desaprovação saltou de 63% para 70%, enquanto a aprovação caiu de 24% para 18%.

Segundo o cientista político Antonio Lavareda, que coordena a pesquisa, a PEC da Blindagem e o motim realizado por bolsonaristas após a condenação de Bolsonaro provocaram um “desgaste significativo” na avaliação da Casa.

Desgaste da Câmara após PEC da Blindagem

O levantamento aponta que, mesmo entre os eleitores de Bolsonaro, 59% desaprovam a atuação da Câmara, contra 24% que aprovam. Entre os entrevistados que se declaram de direita, os índices são semelhantes: 58% desaprovam e 28% aprovam. Já no eleitorado de Lula, a rejeição chega a 77%, enquanto apenas 16% aprovam a atuação dos deputados.

Entre os eleitores de Bolsonaro, 93% desaprovam o STF e apenas 2% aprovam. Já entre os que apoiam Lula, 87% aprovam a atuação da Corte, enquanto 6% desaprovam.

Parlamentares de extrema-direita comemorando a urgência na votação da anistia e a PEC da Blindagem. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Senado mantém estabilidade

O Senado apresentou leve melhora: a aprovação oscilou de 25% para 26%, e a desaprovação caiu de 61% para 59%, dentro da margem de erro.

Opinião sobre anistia

A pesquisa também questionou os brasileiros sobre uma possível anistia. Do total, 46% se dizem contra qualquer proposta, 28% apoiam uma anistia geral que inclua Jair Bolsonaro e 18% são favoráveis a uma anistia parcial, com redução de pena apenas para os condenados que participaram do ataque de 8 de janeiro.

O levantamento entrevistou 2.500 pessoas em todo o país entre os dias 19 e 22 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.