STF intima deputada bolsonarista a prestar depoimento por ameaça a Lula

Atualizado em 17 de novembro de 2023 às 14:22
Júlia Zanatta

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, acatou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a abertura de um inquérito contra a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC).

A decisão estabelece que a bolsonarista seja intimada, por autoridade policial, em até 15 dias para prestar depoimento e esclarecimentos relacionados às acusações de ameaça contra o presidente Lula (PT), incitação e apologia ao crime.

Mendonça, que foi indicado ao Supremo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deixou claro que a participação da deputada no depoimento é voluntária, expressando que a tomada de depoimento depende da vontade dela. Ele ressaltou em sua decisão: “Após a data eventualmente marcada para a oitiva, com ou sem ela, abra-se nova vista à Procuradoria-Geral da República”.

A investigação teve início após uma publicação nas redes sociais feita por Zanatta em março. Na imagem, a deputada aparece segurando um fuzil e vestindo uma camisa com ilustrações de uma mão de quatro dedos perfurada por tiros, em referência ao presidente, de um lado e armas de fogo do outro.

No centro da peça de roupa, a frase “Come and Take It” (“venha e leve”, em tradução livre) está estampada, uma expressão usada em guerras civis nos Estados Unidos e ressignificada por armamentistas americanos nos anos 1990.

“Com Lula no poder, deixamos um sonho de liberdade p/ passar para uma defesa única e exclusiva dos empregos, do pessoal que investiu no setor de armas. Estamos agora falando em socorrer empregos e lutar por segurança jurídica”, escreveu na publicação. Ela ainda classificou o mandato do petista como um “desgoverno”, sendo preciso “impedir retrocessos”.

A postagem que originou a investigação permanece disponível nas redes sociais da deputada. O inquérito, agora instaurado, buscará esclarecer os acontecimentos e avaliar se as ações de Zanatta configuram ameaça, incitação ou apologia ao crime, conforme apontado pela PGR.

 

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