
Ministros do Supremo Tribunal Federal avaliam como cada vez menos provável que venha dos Estados Unidos um freio à ofensiva do presidente Donald Trump contra a Corte brasileira. Segundo um integrante do tribunal, “está tudo dominado por lá”, inclusive no Judiciário. Com informações de Daniela Lima, no UOL.
A expectativa dentro do STF é de que ocorra uma nova rodada da Lei Magnitsky, legislação usada pelos EUA para impor restrições financeiras a estrangeiros. Após Alexandre de Moraes já ter sido alvo da medida, agora os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin podem ser incluídos na lista.
No Palácio do Planalto, auxiliares do presidente Lula compartilham a avaliação de que as sanções tendem a se ampliar. Segundo eles, ao publicar um artigo no The New York Times no último fim de semana, Lula buscou sinalizar disposição para o diálogo com Trump, e não confronto, apesar da pressão vinda da Casa Branca.

Trump havia condicionado a suspensão das primeiras sanções à paralisação do julgamento de Jair Bolsonaro, o que não ocorreu. Com a condenação do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, assessores do governo avaliam que os EUA ficaram sem espaço para recuo.
No Itamaraty, diplomatas defendem cautela. Fontes afirmam que, apesar da linha dura de Trump, setores do governo norte-americano ponderam sobre os riscos de ampliar o atrito com o Brasil em meio a disputas internas e externas enfrentadas por Washington.
No campo econômico, interlocutores destacam que novas tarifas contra o Brasil não são esperadas. A movimentação de grandes empresários com produção nos Estados Unidos tem ajudado a derrubar medidas de impacto mais direto sobre setores estratégicos.