STF se prepara para novos ataques dos EUA e Congresso antes do julgamento de Bolsonaro

Atualizado em 9 de julho de 2025 às 9:35
Donald Trump, presidente dos EUA – Foto: Reprodução

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já esperam que os ataques vindos dos Estados Unidos e do Congresso brasileiro se intensifiquem nos próximos dois meses, à medida que se aproxima o julgamento de Jair Bolsonaro e de outros sete acusados de tentar um golpe de Estado. Para integrantes da Corte, o objetivo dessas ofensivas é impedir o avanço do processo, que pode levar à condenação dos réus.

Nos EUA, Donald Trump declarou que o ex-presidente é vítima de perseguição, e sua empresa, a Trump Media, junto com a Rumble, acionou a Justiça da Flórida contra o ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de censura por decisões que bloquearam perfis de redes sociais. As empresas pediram a citação formal de Moraes no processo, o que aumentou a tensão institucional entre os países.

Em paralelo, o Congresso brasileiro também tem atuado para esvaziar o poder do STF. A principal estratégia é a tentativa de aprovar uma anistia para os condenados pelos atos golpistas. Outra movimentação envolve a retomada do chamado pacote anti-STF, que inclui a possibilidade de o Congresso suspender decisões da Corte com apoio de dois terços dos parlamentares.

Alexandre de Moraes, ministro do STF – Foto: Reprodução

Além disso, há projetos que tratam do impeachment de ministros do Supremo em casos de suposta invasão das competências do Legislativo, e a possível instalação de uma CPI do Judiciário

Esses movimentos são vistos dentro do tribunal como tentativas coordenadas de pressionar o STF às vésperas do julgamento do núcleo principal da trama golpista.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, segundo o Estadão, afirmou que não se intimida com as pressões externas.

Ele já determinou prazo de 45 dias para as alegações finais da Procuradoria-Geral da República e dos réus. Em seguida, pretende apresentar seu voto para julgamento na Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros.

O julgamento, ainda segundo o magistrado, deve ocorrer entre o fim de agosto e o início de setembro.