STF vai julgar interferência de Bolsonaro sobre a PF na prisão de Milton Ribeiro

Atualizado em 24 de junho de 2022 às 13:35
Milton Ribeiro
Milton Ribeiro revela que Bolsonaro pediu para que ele recebesse os pastores
Foto: Reprodução

Após o Ministério Público Federal (STF) constatar indícios de uma possível interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas investigações da Polícia Federal contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso na quarta-feira (22) pela corporação, uma parte do caso foi enviada para o Supremo Tribunal Federal (STF).

A 100 dias da eleição, o chefe do Executivo tem intensificado seus ataques à Corte, que por sua vez tem sido mais severa ao julgar parlamentares e militantes bolsonaristas.

O juiz federal Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, foi quem determinou a decisão, após uma interceptação telefônica captar conversas do ex-ministro antes da operação da PF. Em uma ligação, Ribeiro afirma que “ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… é muito triste”.

“Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios, né…”, afirmou Ribeiro, segundo as transcrições. Segundo a Folha, esse “ele” mencionado por Ribeiro é uma possível referência a Bolsonaro.

No pedido aceito pelo juiz, o Ministério Público detalha os motivos pelos quais vê a necessidade de se investigar a participação do presidente na interferência sobre a investigação.

Antes da decisão do magistrada, o delegado da PF à frente da investigação, Bruno Calandrini, já havia enviado mensagem de texto aos colegas envolvidos na operação relatando “interferência” de superiores no caso, após a polícia decidir não transferir Milton Ribeiro de São Paulo para Brasília após a prisão.