Sticky Fingers

Atualizado em 1 de junho de 2013 às 17:51
No restaurante de Bill Wyman

“Pensei que vocês fossem irmãos”, diz a garçonete. Ela é espirituosa, e é da Eslováquia. Chama-se Yvonne e trabalha no Sticky Fingers, o restaurante de Bill Wyman, ex-baixista dos Stones. O SF fica a cinco minutos da estação de High Street Kensington, e sua comida de certa forma remete a Wyman como baixista.  Não é ruim, mas definitivamente você não sai de lá prometendo a si mesmo que vai voltar.

Nota 6.

É uma espécie diminuída de Hard Rock. A decoração é composta de coisas dos Stones na era Wyman. Muitas fotos, caricaturas, alguns baixos e guitarras. Como acontecia já quando Wyman estava na ativa, as imagens dominantes são as de Mick Jagger e Keith Richards. Mesmo em seu restaurante Bill Wyman é secundário. O som ambiente é rock. Muito Stones, mas não apenas eles. Cantarolo “You Can’t Always Get What You Want”, uma das melhores dos caras.

But if you try so hard …

Éramos quatro ali. Meus dois filhos, um amigo deles e eu. Percebi depois que meu prestígio não anda muito alto em casa quando um filho me contou que não me deu de presente uma palheta que era vendida na loja do restaurante porque achou muito cara. Três libras.

“O Bill Wyman aparece por aqui?”, perguntei a Yvonne.

“De vez em quando”, ela responde. É morena, miúda, sorridente. “Ohhhh. Olha ele ali!”

Todos olhamos instantaneamente para onde ela apontou. Era um trote, evidentemente. Ali aprendi que os eslovacos têm senso de humor. Quando um alemão faria isso?

Comi o principal prato da casa, o Sticky Fingers, um hambúrguer clássico que vem com fritas e algumas folhas verdes.

Não é um hambúrguer tão bom quanto  meus preferidos de São Paulo: Oregon, Hamburguinho, Blooming. Está na mesma liga do Gourmet King, outra casa de hambúrgueres de Londres.

Mas a visita compensou.

Não é toda hora que você é confundido, à luz do dia, com um irmão de seus filhos, ainda que a confusão tenha partido de uma eslovaca cheia de humor.