Subsecretária de Estado dos EUA cobra que Brasil “influencie Maduro para permitir eleições livres”

Atualizado em 21 de julho de 2023 às 8:32
A subsecretária de Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland. (Foto: Reprodução)

Em entrevista ao Globo, a subsecretária de Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland, afirmou que o Brasil, com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode ter um papel fundamental para convencer o presidente venezuelano Nicolás Maduro a realizar eleições livres e transparentes no país. Ela também falou sobre uma possível mediação de paz da guerra entre a Ucrânia e Rússia:

(…) Sobre a Venezuela, o presidente Lula participou, junto com líderes de outros países, de uma reunião com membros do governo e da oposição da Venezuela. A senhora considera que há possibilidade de avanço?

Esperamos que sim. Foi muito bom ver, na Europa, não apenas o regime de Maduro, mas políticos da oposição trabalhando juntos, vê-los apoiados por líderes europeus, por líderes do Hemisfério (Sul), com todos pressionando na mesma direção, que é chegar a uma eleição livre e justa. Espero que isso dê algum impulso e alguma energia. E, obviamente, a liderança do Brasil em tudo isso, e particularmente sua habilidade (diplomática), esperamos que influencie Maduro para realmente permitir um campo livre e justo para essas eleições, para garantir que todos os candidatos possam concorrer, que haja livre acesso à mídia, que as primárias estão abertas, todos esses tipos de coisas.

Nicolás Maduro e Lula. (Foto: Reprodução)

Lula foi criticado por declarações sobre a Venezuela, como chamar as críticas de “narrativa” e por dizer que o conceito de democracia é relativo. O que a senhora pensa sobre isso?

Obviamente não vou falar pelo presidente Lula ou entrar na cabeça dele. Acho que o importante é que os EUA e o Brasil estejam alinhados na pressão por uma eleição livre e justa. E é isso que queremos ver daqui para frente e que permitirá, esperamos, relações muito mais normais. E, obviamente, se os Estados Unidos tiverem relações mais normais com a Venezuela, isso melhora a capacidade de todos trabalharem juntos no hemisfério.

(…) Em nível global, o Brasil também tem tentado atuar como um mediador na Guerra da Ucrânia.

Saudamos o fato de que o Brasil e vários países africanos, (além de) Turquia, Arábia Saudita, estão todos interessados em tentar promover um verdadeiro diálogo diplomático entre a Ucrânia e a Rússia.

Obviamente, eles têm que estar prontos para isso, em ambos os lados (da guerra), e a Rússia vai ter que respeitar os princípios da Carta da ONU. E essas são as bases sobre as quais qualquer paz justa deve existir. Mas conversamos hoje que, se e quando as partes chegarem a uma mesa diplomática, será importante para os Estados Unidos apoiar esse processo, será importante para o Brasil apoiar esse processo, como será para qualquer outro país que pode ter influência sobre uma ou ambas as partes.

E a senhora vê alguma chance de acordo?

Eu sou uma diplomata. Isso me torna uma otimista. Também me faz acreditar na diplomacia. No momento, vemos ambas as partes acreditando que podem vencer no campo de batalha. Esses esforços seguirão seu curso e então veremos. (…)

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