O ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, virou uma espécie de reserva moral do governo Bolsonaro.
No meio do hospício, seria ele o único são, de acordo com gente boa da imprensa. Noblat entre eles, especialmente animado com o cidadão.
Agora mesmo Natuza Nery, na GloboNews, estava tecendo loas ao homem.
Na coletiva patética do governo sobre o coronavírus, dada nesta quarta, Mandetta deu um show de sabujice com momentos de nonsense.
Justificou a irresponsabilidade do chefe, por exemplo, quando foi abraçar seu gado no dia 15, comparando a cena às pessoas que “foram à praia” naquele domingo.
Não conseguiu explicar por que, diabos, os velhotes enfileirados na entrevista tiravam e colocavam máscaras cirúrgicas ao bel-prazer.
Os especialistas aconselham que apenas por médicos, enfermeiros etc e doentes a usem.
Os paspalhos estariam se apresentando como “profissionais” e estavam se precavendo após encontro com o general Heleno, que testou positivo, segundo Mandetta. Lero-lero completo.
Elogiou Bolsonaro pela “liberdade” de montar um ministério “puramente técnico” e o chamou de “grande timoneiro” — Jesus amado.
Grande timoneiro, aliás, é como Mao Tsé-Tung era apelidado carinhosamente.
Tem uma predileção idiota por metáforas: primeiro o “Everest” com a curva da contaminação e depois um gato que ninguém entendeu que diabo tinha a ver com qualquer coisa.
Questionado sobre o número de testes inferior ao recomendado pela OMS, criticou a organização, dizendo que é de conhecimento dela que há falta de kits de exame no mundo.
Certo está ele, portanto.
Errou feio, também, ao falar sobre a densidade demográfica da Coreia.
Mandetta é um pouco melhor do que o resto do time de Bolsonaro, um desastre ferroviário como um todo. Ao menos não baba, não faz cocô na calça e fala português.
Mas transformá-lo em algo maior que funcionário de um palhaço disfuncional é wishful thinking.
Deus nos ajude.
https://twitter.com/lucasrohan/status/1240362875635580928