Superfaturamento: TCU manda devolver R$ 27,8 mil gastos em Viagra durante governo Bolsonaro

Atualizado em 29 de março de 2023 às 22:25
Comprimidos de Viagra
Mais de 15 mil comprimidos de Viagra foram adquiridos – Reprodução

O Tribunal de Contas da União (TCU) chegou à conclusão de que houve superfaturamento na compra de comprimidos de Viagra feita pelas Forças Armadas em 2021. Na época, o produto foi destinado a um hospital da Marinha e foi adquirido com a aprovação do governo de Jair Bolsonaro (PL), mas os R$ 27,8 mil gastos terão que ser devolvidos aos cofres públicos.

Isso é resultado de uma representação feita pelo ex-deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) e pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO) no ano passado, quando os parlamentares apontaram que o superfaturamento dos remédios foi de 143%.

Quando foi questionada, a Marinha afirmou que os comprimidos atenderiam pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), “uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar”.

Fachada do Hospital Naval Marcílio Dias
Fachada do Hospital Naval Marcílio Dias – Reprodução

O caso se refere à compra realizada pelo Hospital Naval Marcílio Dias, localizado no Rio de Janeiro, que adquiriu 15 mil comprimidos de sildenafila 25 mg, o princípio ativo do viagra, pelo valor unitário de R$ 3,65. O TCU estipulou um prazo de 90 dias para que a instituição “adote as medidas administrativas pertinentes para apuração do débito e obtenção do ressarcimento do dano causado ao erário, em valores atualizados”.

Diferentemente do valor pago no Pregão Eletrônico 106/2020, o valor médio no painel de preços do governo para aquele período era de R$ 1,81 para o mesmo produto. No Pregão Eletrônico 99/2020, o Hospital Central do Exército chegou a registrar o preço de R$ 1,50 em compra feita sete dias após a da Marinha.

Segundo o jornal O Globo, o ministro Weder de Oliveira afirmou em seu voto que “a aquisição, por si só, de sildenafila não constitui irregularidade”, mas destaca elementos “que demonstram a existência de sobrepreço nas contratações resultantes do pregão 106/2020 do HNMD-RJ (Hospital Naval Marcílio Dias) para esse medicamento e de superfaturamento da efetiva aquisição”.

“Enquanto o governo Bolsonaro deixou faltar até dipirona, o remédio mais básico para dor, nos hospitais públicos, liberou compra de Viagra com preço muito acima do de mercado para a Marinha. Esperamos que quem praticou esse crime seja responsabilizado e que cada centavo seja devolvido aos cofres públicos”, disse Elias Vaz na época da denúncia.

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