SUS: Recuo de Bolsonaro é vitória popular expressiva. Por Gilberto Maringoni

Atualizado em 28 de outubro de 2020 às 23:18

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Por Gilberto Maringoni

O presidente Jair Bolsonaro – Evaristo Sa/AFP

O recuo de Bolsonaro no decreto do PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) que abria a porta para a privatização das UBS (Unidades Básicas de Saúde) do SUS é daquelas vitórias do campo popular que devem ser saudadas com rojões e fogos de artifício. Depois de levar a pior, o governo entra num jogo de empurra para saber quem foi o responsável pela sandice, se o Ministério da Saúde ou o da Economia.

Diante da grita nacional de setores ligados à Saúde, de parlamentares, governadores, prefeitos e de ativistas variados, a patranha não ficou 12 horas no ar (apesar de ter sido aventada há dois dias num siderado pastiche intitulado “Estratégia Federal de Desenvolvimento para o Brasil no período de 2020 a 2031”).

Mais do que um serviço, o SUS representa uma conquista de décadas dos movimentos sociais. O episódio de sua aprovação na Constituinte de 1986-88 é uma das mais belas páginas da construção de um Estado inclusivo ao sul do equador. É obra de milhões de brasileiras e brasileiros. Essa memória não se apaga fácil.

Reconhecer avanços e vitórias numa conjuntura adversa não é exercício de cândida ingenuidade e nos mostra que o fascismo miliciano-milico é derrotável. Bolsonaro enfrenta sérios problemas em seu governo e os resultados eleitorais podem ser adversos para candidatos com ele identificados.

Como diria um conhecido ativista político, “Sinais, fortes sinais!”