
A Polícia Civil de São Paulo descreveu Ana Paula Veloso Fernandes, estudante de Direito de 36 anos, como uma mulher fria, calculista e “com prazer em observar o impacto de seus crimes”. Ela é acusada de envenenar quatro pessoas em diferentes estados e foi flagrada rondando as cenas das mortes, sempre próxima a testemunhas e policiais. O delegado Halisson Ideiao Leite, responsável por parte das investigações, afirmou que a acusada se comporta como uma “serial killer”. As informações são do Extra.
O primeiro caso atribuído a Ana Paula ocorreu em janeiro de 2025, quando Marcelo Hari Fonseca, de 51 anos, morreu envenenado em Guarulhos (SP). Poucos meses depois, em abril, Maria Aparecida Rodrigues, de 49 anos, foi encontrada morta em casa com sinais de intoxicação. A suspeita usava o nome falso de “Carla” e chegou a permanecer no local enquanto o corpo era retirado, conversando com familiares da vítima.
Em maio, o aposentado Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, morreu após comer uma feijoada supostamente contaminada com chumbinho em Duque de Caxias (RJ). A filha do idoso, Michelle Paiva da Silva, que estava com Ana Paula no momento do crime, também foi presa. O quarto caso ocorreu em São Paulo, envolvendo o tunisiano Hayder Mhazres, de 21 anos, que passou mal no condomínio onde morava e morreu horas depois.

Segundo a investigação, em todas as mortes a suspeita demonstrou comportamento semelhante: aparecia nas cenas, oferecia ajuda às autoridades e tentava se apresentar como colaboradora. O delegado Leite afirmou que a estudante demonstra “ausência total de remorso” e “prazer em permanecer ao redor do crime”. Ele alertou que, caso seja libertada, “certamente voltará a atentar contra a vida de terceiros”.
O psiquiatra forense Talvane de Moraes, ouvido pelo O Globo, afirmou que o comportamento descrito indica consciência dos atos. “Acionar as autoridades pode ser uma forma de tentar mostrar impunidade e até transferir a culpa”, explicou o especialista, que destacou não ter analisado o caso diretamente.
A investigação segue em andamento e apura se Ana Paula pode ter feito outras vítimas. A estudante, que está presa preventivamente, nega as acusações. Segundo a polícia, os crimes foram cometidos entre janeiro e maio deste ano, sempre com o uso de substâncias tóxicas de difícil rastreamento.