
A rede americana ABC anunciou nesta quarta (17) a suspensão por tempo indeterminado do talk-show “Jimmy Kimmel Live!”. A decisão ocorreu após o apresentador ter feito comentários polêmicos sobre Tyler Robinson, que confessou o assassinato do extremista Charlie Kirk.
Durante seu monólogo na segunda (15), Kimmel sugeriu que Robinson seria um republicano alinhado ao trumpismo. “A turma do MAGA está desesperada para caracterizar esse garoto que matou Charlie Kirk como qualquer coisa que não seja um deles e fazendo de tudo para tirar proveito político disso”, afirmou.
O apresentador ainda ironizou a repercussão sobre o assassinato: “Entre uma acusação e outra, também houve luto”. Kirk foi morto em 10 de setembro, durante um evento na Universidade Utah Valley, e a suspensão do programa de Kimmel tem gerado debates sobre a liberdade de expressão nos EUA.
Celebridades reagiram com indignação. O ator Ben Stiller afirmou: “Isto não está certo”. A atriz Jean Smart disse estar “horrorizada” com o cancelamento e defendeu que o apresentador apenas exerceu sua liberdade de expressão. “O que está acontecendo com o nosso país?”, questionou.
A atriz e humorista Wanda Sykes ironizou a situação: “Ele não acabou com a Guerra da Ucrânia nem resolveu Gaza, mas acabou com a liberdade de expressão no primeiro ano. Ei, para aqueles que rezam, agora é a hora”.

Já o comediante Mike Birbiglia criticou a suspensão e afirmou: “Se você é um comediante e não chama a atenção para a insanidade que é tirar o programa do Kimmel do ar, nem tente sair falando sobre liberdade de expressão mais”.
Sophia Bush declarou que “o fascismo está aqui e é assustador”. Kathy Griffin pediu apoio ao apresentador: “Por favor, acredite em mim, é muito importante apoiar Jimmy Kimmel agora”. John Legend compartilhou críticas à pressão política sobre emissoras e Chris Hayes classificou a decisão como “o ataque mais direto à liberdade de expressão por parte de agentes estatais”.
Políticos também entraram no debate. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, chamou a suspensão de ataque coordenado à liberdade de expressão. “Comprar e controlar plataformas de mídia. Demitir comentaristas. Cancelar programas. Não são coincidências. É coordenado. E é perigoso”, escreveu.
Já o senador democrata Chuck Schumer declarou: “Todos em todo o espectro político deveriam se manifestar para impedir o que está acontecendo com Jimmy Kimmel. Trata-se de proteger a democracia. Isso deve ir a tribunal”.