Tarcísio abandona SP mais uma vez e vai visitar Bolsonaro na prisão domiciliar

Atualizado em 29 de setembro de 2025 às 6:33
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visita nesta segunda-feira (29) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua prisão domiciliar em Brasília. O encontro, autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, será o primeiro entre os dois desde a condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Com informações da Folha de S.Paulo.

Tarcísio deve chegar à residência por volta de 12h para almoçar com Bolsonaro e discutir o cenário político. Segundo aliados, o tema central da conversa será o projeto de lei que concede anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. O relator da proposta, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), estuda alterar o texto para prever apenas a redução das penas.

A avaliação de interlocutores é que Bolsonaro pode aceitar um acordo pela redução de penas, desde que seja mantida sua prisão domiciliar. O entendimento envolve articulações com líderes do Congresso e ministros do Supremo, especialmente Alexandre de Moraes, responsável pela execução das sentenças.

Por ora, a orientação do PL é defender uma anistia ampla e irrestrita, mas a cúpula do Congresso não enxerga espaço para a proposta avançar. O avanço da pauta ocorre em meio à maré positiva do presidente Lula (PT), que pressiona a direita a definir sua estratégia para 2026.

Relação com Moraes

A visita de Tarcísio ocorre após tensões com o STF. No 7 de Setembro, o governador chamou Moraes de “ditador” e “tirano” durante discurso na Avenida Paulista, ao ouvir a multidão gritar “fora, Moraes”.

“Por que é que vocês estão gritando isso? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo neste país”, afirmou na ocasião.

Apesar das críticas, Tarcísio já havia recebido autorização de Moraes para visitar Bolsonaro em agosto, furando a fila de pedidos. Em setembro, no entanto, o ministro adiou novo encontro, sob a justificativa de que a agenda do ex-presidente já estava preenchida, o que acabou cancelando a viagem do governador na época.