
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quarta (11) que considera necessária uma intervenção na Enel após novo apagão na Grande São Paulo.
Segundo ele, o desempenho da concessionária é “absolutamente insuficiente” e o restabelecimento total “vai levar alguns dias”. As declarações ocorreram após a ventania que atingiu o estado, com rajadas próximas de 100 km/h, afetando diretamente o fornecimento de energia na região metropolitana.
Tarcísio disse que a responsabilidade de gestão do contrato é da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e que o governo paulista não possui “instrumentos regulatórios” para exigir melhorias: ou seja, colocou a responsabilidade na conta do governo federal.
A intervenção está sendo analisada desde que a área técnica do Tribunal de Contas da União recomendou à Aneel, no início do mês, estudos sobre riscos e impactos de uma eventual medida.
Durante evento de entrega de moradias populares em Carapicuíba, Tarcísio relatou que os maiores atrasos no restabelecimento ocorrem na área atendida pela Enel. Ele afirmou ainda que sua gestão encaminha relatórios à agência reguladora e acompanha a situação do serviço, mas que a velocidade de normalização observada em outras regiões é superior e que o estado não pode “ficar refém” de longos períodos sem energia.

O governador também mencionou críticas anteriores feitas por Alexandre Silveira (PSD), ministro das Minas e Energia. Em setembro, ele afirmou que Tarcísio e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), utilizavam “linguajar populista” ao tratar dos apagões. O governador declarou que a preocupação central é a previsibilidade para quem está sem energia e reiterou que episódios climáticos continuarão afetando o sistema.
Tarcísio voltou a defender a intervenção como alternativa à caducidade do contrato, apontando que a medida poderia obrigar investimentos para modernização da rede elétrica. Ele afirmou ainda que a dimensão da área metropolitana justificaria a divisão do contrato em duas partes, o que facilitaria fiscalização e cobrança de melhorias. A Enel tem contrato até 2028 e tentou antecipar a renovação, mas o processo foi barrado pela Justiça paulista.