Tarcísio defende Trump, ataca o Brasil e ajuda a sabotar a indústria paulista

Atualizado em 10 de julho de 2025 às 8:07
Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas

Enquanto o Brasil sofre uma retaliação econômica inédita, com a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), decidiu atacar… o Brasil. Em vez de defender os interesses nacionais e das empresas do estado que governa — o mais industrializado e exportador do país —, preferiu fazer política rasteira e alinhamento ideológico com Donald Trump.

Em publicação no X, Tarcísio responsabilizou o governo federal e disse que “Lula colocou sua ideologia acima da economia”. Repetiu chavões sobre ditaduras e censura e ignorou completamente o fato de que Trump impôs as tarifas como forma de pressão política pelo julgamento de Jair Bolsonaro, réu no STF por tentativa de golpe de Estado.

No momento em que o Brasil é atacado por uma potência estrangeira, o governador de São Paulo fica ao lado do agressor. É traição na veia, diretamente do esgoto da extrema-direita.

A tarifa imposta por Trump atinge em cheio a economia paulista. Somente em 2024, o estado de São Paulo foi responsável por 38% de todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos, com destaque para os setores de máquinas, equipamentos elétricos, veículos, aço, alumínio e produtos químicos.

Estimativas do setor indicam que, com a tarifa de 50%, as perdas podem ultrapassar R$ 20 bilhões por ano, com impactos diretos em empregos e investimentos em cidades como Campinas, Sorocaba, São José dos Campos e São Bernardo do Campo.

Ao atacar o STF e ecoar a retórica de Trump, Tarcísio sabota a imagem do Brasil no exterior, reforça o discurso de que o país persegue “inocentes” e enfraquece a posição do governo brasileiro em qualquer tentativa de negociação diplomática. Para agradar a base bolsonarista, o governador parece disposto a sacrificar a indústria paulista, os empregos e a estabilidade econômica.

Quando o país mais precisa de unidade diante de uma agressão externa, ele se comporta como cabo eleitoral de um réu golpista. E isso terá custo político, econômico e histórico para ele e todos os sabujos do império.

Kiko Nogueira
Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.