Tarcísio foge de perguntas sobre ataques de Eduardo: “Não vou comentar”

Atualizado em 21 de agosto de 2025 às 16:09
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foto: Eduardo Knapp/Folhapress

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), minimizou nesta quinta (21) os xingamentos de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em mensagens trocadas com Jair Bolsonaro. Para ele, tratam-se de “conversas privadas de pai para filho” e sem relevância pública. As declarações foram dadas durante agenda no interior do estado.

As mensagens vieram à tona em relatório da Polícia Federal, que também indiciou o ex-presidente e seu filho. Ambos são acusados de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito em meio à investigação da trama golpista julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Nos diálogos obtidos pela PF, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, critica Tarcísio por tentar negociar o tarifaço imposto pelos EUA ao Brasil e se movimentar como possível candidato à Presidência com aval do ex-presidente. O material foi apontado como indício de divergências internas no campo bolsonarista.

“Não vou comentar uma conversa privada de pai para filho. É uma questão que só interessa aos dois. E eu não sei nem por que essas conversas foram divulgadas. Não vejo interesse público nisso”, disse Tarcísio.

Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. Foto: Andre Penner/AP

Segundo o governador, a parceria com Bolsonaro continua baseada em confiança e gratidão. “Relação de lealdade, relação de amizade, relação de gratidão com uma pessoa que eu entendo que fez muito pelo Brasil e fez muito por mim. Me abriu a porta, sempre foi muito amigo e eu vou ser amigo, vou estar sempre do lado, vou estar sempre trabalhando para ajudar na medida do possível”, prosseguiu.

Tarcísio também acusou a PF de vazar os diálogos e afirmou que a divulgação prejudica a privacidade. Ele ainda reforçou críticas às investigações e disse que o episódio não deve comprometer sua relação política com o ex-presidente nem abrir espaço para disputas dentro da base bolsonarista.

Na quarta (20), a PF formalizou o indiciamento de Jair e Eduardo Bolsonaro. O relatório aponta que pai e filho atuaram para tentar obstruir processos judiciais e restringir os poderes constitucionais, reforçando a acusação de tentativa de golpe de Estado.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.