
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para visitar Jair Bolsonaro nesta terça (16). O encontro depende de aval do ministro Alexandre de Moraes, já que o ex-presidente cumpre prisão domiciliar.
Tarcísio planejava uma viagem a Brasília para esta segunda (15), mas acabou adiando o plano, sem justificar o cancelamento. A ideia era discutir o projeto da anistia com parlamentares bolsonaristas e lideranças políticas.
Nesta semana, o PL pretende pressionar para que a proposta de anistia seja votada no plenário da Câmara dos Deputados. Em contrapartida, o PT defende que a prioridade da pauta seja o projeto de ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil.
A definição caberá ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em reunião com líderes partidários nesta terça-feira. Aliados de Tarcísio afirmam que a costura política já avançou. Na semana passada, o governador esteve em Brasília em encontros com dirigentes do Centrão, o que resultou na união de Republicanos e parte do PSD ao lado de PL, PP e União Brasil em defesa da anistia.

No ato bolsonarista de 7 de setembro, Tarcísio voltou a cobrar publicamente o perdão aos condenados, atacou o STF e chamou Moraes de “ditador” e “tirano”. O movimento, no entanto, enfrenta forte resistência do governo Lula, da cúpula do Supremo, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e também de Hugo Motta, que busca uma saída pactuada entre os Poderes.
Outro entrave é a ausência de um texto de consenso. O PL defende uma proposta mais ampla, que inclui até a anistia eleitoral a Bolsonaro, o que o tornaria elegível em 2026. Já líderes de PP, União Brasil e Republicanos avaliam que um projeto tão abrangente dificilmente passaria na Câmara.
Nos bastidores, dirigentes do Centrão reconhecem que Tarcísio é visto como o nome mais competitivo para enfrentar Lula nas próximas eleições presidenciais. Assim, articulam para proteger Bolsonaro da prisão, mas mantêm a estratégia de lançar o governador como candidato em 2026.
As conversas já avançaram a ponto de incluir a discussão sobre possíveis nomes para vice na chapa de Tarcísio, disputa que envolve figuras do Centrão, entre elas o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI).