Tarcísio reforma o ensino público de SP com menos artes e mais matemática

Atualizado em 17 de novembro de 2023 às 14:50
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. Foto: reprodução

O governo de São Paulo fará mudanças significativas, que entrarão em vigor a partir de 2024, no currículo das escolas públicas, segundo a Folha de S.Paulo. Sob a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o currículo do fundamental 2 (6º a 9º ano) e do ensino médio sofrerá alterações, com ênfase em português e matemática, além de ajustes nos itinerários formativos.

As alterações mais expressivas ocorrem no ensino médio, onde os atuais 11 itinerários formativos serão reduzidos para apenas dois: Exatas/Ciências da Natureza e Linguagens/Ciências Humanas. A formação geral básica verá um aumento considerável nas aulas de português e matemática, refletindo um acréscimo de 60% e 70%, respectivamente, em comparação com o currículo atual.

Para acomodar essas mudanças, houve uma redução nas aulas de artes, filosofia, sociologia e tecnologia/robótica, além da extinção das matérias eletivas. Apesar disso, a carga horária de artes, filosofia, sociologia e tecnologia/robótica é maior para aqueles que optarem pelo itinerário de Linguagens/Ciências Humanas ou Exatas/Ciências da Natureza.

O itinerário de Linguagens/Ciências Humanas inclui disciplinas como filosofia/sociedade moderna, geopolítica, liderança, oratória, artes e mídias digitais. Já o itinerário de Exatas/Ciências da Natureza abrange biotecnologia, química aplicada, empreendedorismo e tecnologia e robótica.

O secretário de Educação do estado, Renato Feder, alegou que essas mudanças facilitarão a adaptação às futuras alterações propostas pelo governo federal no novo ensino médio.

“Com a aprovação da lei, faremos os ajustes sem grandes complicações porque os itinerários agora estão mais semelhantes à formação básica”, afirmou Feder em entrevista à Folha.

Tarcísio de Freitas e Renato Feder, secretário de Educação. Foto: reprodução

No fundamental 2, destaca-se a inclusão de duas aulas semanais de recuperação de português e matemática do 6º ao 9º ano, sendo quatro aulas nos anos iniciais e duas nos finais em escolas em tempo integral. Essas aulas serão ministradas em laboratórios de informática, utilizando plataformas como Matific e Tarefa SP.

As matérias eletivas foram eliminadas, dando lugar a aulas de projeto de vida, tecnologia, educação financeira e recuperação. A carga horária de artes foi reduzida pela metade, enquanto as aulas de projeto de vida e as de recuperação foram adicionadas.

Feder abordou a importância da recuperação de aprendizagem, especialmente diante da defasagem acentuada causada pela pandemia. “Temos uma defasagem muito acentuada, que se agravou na pandemia, por isso essa recuperação de aprendizagem é central no novo currículo”, disse o secretário.

Essas transformações geraram controvérsias, lembrando episódios anteriores no Paraná, onde a gestão de Feder havia anunciado a eliminação das aulas de artes, posteriormente revertida diante de críticas. Feder assegurou que as aulas de artes terão protagonismo no ensino médio, particularmente no itinerário de Linguagens/Ciências Humanas.

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