Tarifaço de Trump: Alcolumbre e Motta dizem que estão pronto para defender economia

Atualizado em 10 de julho de 2025 às 19:47
Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e Hugo Motta, da Câmara dos Deputados. Foto: reprodução

Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), manifestaram-se nesta quinta-feira (10) sobre a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Em nota conjunta, os parlamentares afirmaram que o Brasil deve responder “com equilíbrio e firmeza”, priorizando o diálogo, mas sem descartar medidas de retaliação por meio da Lei de Reciprocidade Econômica.

No comunicado, Motta e Alcolumbre evitaram um tom confrontador e defenderam inicialmente a via diplomática. “A decisão dos Estados Unidos de impor novas taxações sobre setores estratégicos da economia brasileira deve ser respondida com diálogo nos campos diplomático e comercial”, destacaram.

No entanto, os parlamentares lembraram que o Congresso Nacional aprovou recentemente a Lei de Reciprocidade Econômica, que autoriza o Brasil a adotar contramedidas em caso de sanções injustas.

“Estaremos prontos para agir com equilíbrio e firmeza em defesa da nossa economia, do nosso setor produtivo e da proteção dos empregos dos brasileiros”, afirmaram.

A taxação anunciada por Trump foi justificada em carta pública como resposta a supostos “ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos”.

O presidente estadunidense também vinculou explicitamente a medida ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), classificando o processo como “caçada às bruxas” que deveria acabar “IMEDIATAMENTE”.

Em entrevista à Record nesta quinta-feira (10), o presidente Lula (PT) reforçou que pretende usar a Lei da Reciprocidade. “O que mais vai valer é o seguinte: nós temos a Lei da Reciprocidade, que foi aprovada no Congresso. Não tenha dúvida que primeiro nós vamos tentar negociar, mas se não tiver negociação a Lei da Reciprocidade será colocada em prática. Se ele vai colocar 50% de taxa em nós, nós vamos cobrar 50% dele”, afirmou o presidente.

A informação foi confirmada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, que descartou um contato direto entre o Lula e Trump para negociar a questão. O petista também afirmou que se não houver diálogo, o Brasil tomará as mesmas medidas contra os EUA.

“O presidente Lula está decidido a aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica caso as tarifas de fato entrem em vigor no dia 1º de agosto”, afirmou Sidônio.