Tarifaço de Trump: exportações caem e indústrias decretam férias coletivas

Atualizado em 22 de agosto de 2025 às 8:52
O presidente dos EUA, Donald Trump – Foto: Reprodução

As indústrias de madeira, calçados e armamentos enfrentam queda nas exportações após o tarifaço imposto por Donald Trump e adotaram férias coletivas como forma emergencial de reduzir custos. Com informações do UOL.

Empresas do setor de madeira relatam contratos congelados e estoques acumulados sem espaço para armazenamento. A Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente) afirma que a operação está travada, e parte das companhias já suspendeu temporariamente atividades.

Um dos casos mais críticos é o da Millpar, segunda maior empresa do setor no Brasil. A companhia, que fabrica molduras e partes de portas, concedeu férias coletivas a funcionários em Quedas do Iguaçu (PR) e, diante da crise prolongada, encerrou as atividades da unidade, concentrando a produção em Guarapuava (PR).

“Estamos tomando decisões extremamente difíceis, mas necessárias para manter a sustentabilidade do negócio e preservar parcela significativa dos postos de trabalho”, declarou o presidente Ettore Giacomet Basile.

Segundo Paulo Pupo, superintendente da Abimci, ainda não há demissões em larga escala, mas a situação só deve se manter por mais algumas semanas sem uma resposta do governo.

Indústrias calçadistas também decretaram férias coletivas, enquanto a Polimetal, fornecedora da Taurus em São Leopoldo (RS), afastou 33 de seus 50 funcionários – a fabricante de armas informou que a medida faz parte da estratégia de transferir parte da produção para os EUA e “minimizar os impactos da taxação”.

Pistola da fabricante Taurus posicionada em frente a estojo de transporte com a marca da empresa em destaque – Foto: Reprodução

Especialistas apontam que as férias coletivas são a primeira alternativa para reduzir custos de produção sem vendas, além de baratear possíveis rescisões trabalhistas. Entretanto, se o problema persistir, as companhias podem adotar medidas mais drásticas, como demissões, suspensão temporária de contratos ou programas de demissão voluntária.

Diante do tarifaço, o governo federal anunciou um pacote de socorro, incluindo a liberação de R$ 30 bilhões em crédito e benefícios tributários, com a exigência de manutenção dos empregos como contrapartida.

Sem reversão das sobretaxas impostas por Donald Trump ou abertura de novos mercados, empresários alertam que a próxima etapa será o corte de funcionários.