
A tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros pode eliminar totalmente as exportações de suco de laranja do Brasil para o mercado norte-americano.
A estimativa foi divulgada em nota técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que alerta para o impacto drástico da medida em um dos setores mais representativos do agronegócio nacional.
O Brasil é líder mundial na produção de suco de laranja, responsável por três em cada cinco copos consumidos no planeta. Só em 2024, o país exportou mais de um milhão de toneladas para os EUA.
“Alguns produtos sofrerão mais impacto que outros, caso dos sucos de laranja, em que a tarifa se tornaria impeditiva para o produto brasileiro. Enquanto isso, produtos como o café verde teriam um menor impacto relativo, devido à queda na oferta do grão no mercado internacional nos últimos anos, o que faz com que a capacidade de substituição seja mais rígida”, diz a CNA.

A confederação projeta uma redução de 48% no valor das exportações agropecuárias brasileiras para os EUA com o tarifaço, o que representa uma perda de US$ 5,8 bilhões, caso se repita o volume comercializado em 2024, de US$ 12,1 bilhões.
Outros setores também devem sofrer: as exportações de açúcar de cana podem cair 74%, enquanto a sacarose quimicamente pura pode deixar de ser exportada. No setor madeireiro, a queda pode chegar a 93%.
Para tentar reverter a situação, senadores brasileiros embarcam nesta sexta-feira (25) para os EUA, onde participarão de rodadas de negociação com empresários e congressistas nos dias 28, 29 e 30.
Antes da viagem, reuniram-se com o ministro Mauro Vieira, no Itamaraty, e receberam orientações sobre os principais argumentos usados contra o Brasil e como enfrentá-los em Washington.