
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tem como plano prioritário disputar novamente como vice na chapa de Lula (PT) em 2026. Porém, aliados avaliam que ele sai politicamente reforçado do episódio do tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil — o que o credencia até para enfrentar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na eleição ao governo de São Paulo, caso decida entrar na disputa, conforme informações do Estadão.
Designado por Lula como principal articulador nas negociações com os Estados Unidos, Alckmin se aproximou novamente do setor produtivo paulista. Empresários que torceram o nariz para sua aliança com o PT — após décadas de antagonismo — veem agora com bons olhos a atuação do vice na defesa dos exportadores brasileiros atingidos pela sobretaxa americana.
Dentro do PSB e entre interlocutores do Centrão, a avaliação é que Tarcísio se desgastou com empresários ao apoiar, inicialmente, a medida de Trump. Para esses aliados de Alckmin, “caiu a ficha” de que o governador precisará fazer cada vez mais concessões ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto Alckmin teria mais autonomia e “perfil de equilíbrio”.

Além desse desgaste econômico, Tarcísio enfrenta críticas na área de segurança pública, com pesquisas internas indicando piora na avaliação do tema pelo eleitorado paulista.
Há ainda a possibilidade de Alckmin disputar o Senado por São Paulo em 2026. Nesse cenário, porém, teria que negociar espaço com Fernando Haddad — que também é apontado como eventual candidato ao Senado. O desenho eleitoral deve ganhar maior nitidez apenas no fim do ano.