Tarifaço: Haddad tenta abrir negociação com EUA e sugere acordo; saiba qual

Atualizado em 5 de agosto de 2025 às 11:31
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

A menos de 24 horas da entrada em vigor das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou uma abertura concreta para negociação bilateral. Ele mencionou a possibilidade de cooperação com o país em relação aos chamados minerais críticos estratégicos, insumos fundamentais para a produção de baterias elétricas e semicondutores.

Segundo a coluna de Míriam Leitão no jornal O Globo, o gesto é visto como a única tentativa prática, até o momento, de construir um canal comercial entre os dois países em meio ao impasse.

A iniciativa partiu de Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, durante reunião com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), presidido por Raul Jungmann. Ele afirmou que os EUA têm interesse direto nesses minerais.

Embora ele não tenha poder formal de negociação, suas palavras foram interpretadas como um indicativo de que Washington estaria, ao menos, explorando possibilidades futuras de parceria no setor.

Os presidentes do Brasil, Lula, e dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: AFP

Haddad respondeu positivamente à sinalização, demonstrando que o Brasil está disposto a dialogar sobre o tema. O acordo envolvendo minerais críticos foi também o ponto de partida para as conversas entre Estados Unidos e China em anos anteriores, o que dá peso adicional à fala do ministro.

Ainda assim, a interação continua distante de qualquer entendimento concreto. Até o momento, os Estados Unidos não apresentaram propostas formais ou concessões, o que impede o avanço das tratativas.

Para que haja de fato uma negociação, é necessário que ambos os lados tragam à mesa possibilidades de cooperação e temas nos quais possam ceder. Um exemplo seriam os produtos americanos altamente taxados no Brasil, cuja carga poderia ser reduzida como parte de um possível acordo. Segundo fontes ligadas ao governo, essa racionalidade ainda não foi atingida e o bloqueio parte dos EUA, não do Brasil.