Por Elcio Ramalho
A Croácia que entra em campo contra o Brasil nas quartas-de-final no Catar é muito diferente da seleção que se consagrou vice-campeã no Mundial de 2018. Com 18 jogadores novatos na competição, a tarefa de enfrentar a seleção brasileira foi comparável à dificuldade encontrada na disputa da final da Copa passada.
O favoritismo é todo do Brasil, admitiu o treinador Zlatko Dalič na entrevista coletiva nesta quinta-feira (9), em Doha. No entanto, quis passar uma mensagem de otimismo: “Temos chance de vencer, temos força e confiança em nós mesmos”.
Com a maioria de jogadores novatos em Mundiais e apenas seis remanescentes da última Copa, a equipe croata está invicta na competição. Foram dois empates e uma vitória na fase de grupos, e uma disputa dramática com o Japão nas oitavas. O jogo terminou empatado em 1 a 1 e os croatas eliminaram os japoneses na cobrança de pênaltis.
Zlatko descarta qualquer comparação com a seleção vice-campeã do mundo na Rússia. “Em 2018 a seleção tinha jogado 10 anos seguidos e com jogadores atuando nas melhores ligas e melhores clubes. Temos que ter tempo para amadurecermos e desenvolvermos. Estar entre as oito melhores equipes já é muito bom”, avalia.
O treinador, no entanto, estabeleceu uma analogia do jogo contra o Brasil com a final disputada contra a seleção da França, na Copa da Rússia, em 2018. “Eu acredito que a partida que teremos pela frente será a mais exigente. Posso compará-la com o jogo contra a França. É um grande adversário e será um grande desafio para nós. Posso fazer essa analogia”, disse.
Diante do favoritismo do adversário, Zlakto confessou que gostaria de enfrentar a seleção brasileira apenas na final. “São oponentes dignos, a Croácia é uma das oito melhores do mundo. Seria fantástico se fosse na final, mas não é”, lamentou.
Os croatas contam sobretudo com a experiência de Luka Modrić, meio campista que já conquistou a Bola de Ouro, em 2018. Aos 37 anos, o capitão e maior destaque da equipe disse que tem como aconselhar seus companheiros sobre um dos atacantes do Brasil, Vinícius Jr, com quem joga no Real Madrid.
“Ele é uma boa pessoa, tem muita capacidade física, e conseguiu demonstrar isso no clube. Temos uma tarefa difícil e tentarei dar conselhos para os outros jogadores de como tentar pará-lo”, disse.
Sobre a forma dos jogadores brasileiros comemorarem os gols, o treinador croata diz respeitar, mas confessou que não gostaria que os seus atletas fizessem o mesmo.
“Eles têm a sua própria forma de comemorar, e comemoram como sabem e estão acostumados, mostrando sua tradição e características, e estão certos. Desrespeitoso contra os adversários? Eu não gostaria de ver meus jogadores comemorando dessa forma, mas tenho que respeitar a forma deles”, comentou Zlatko Dalić.
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