Telas para esconder moradores de rua, ração humana, desastre na cracolândia… o balanço da gestão Doria

Atualizado em 13 de março de 2018 às 14:46
Nosso homem

Publicado no Facebook de Matheus Cardoso

Em um ano de gestão, Doria:

• Instalou telas para esconder moradores de rua em grandes avenidas da cidade. Alegou que não e foi desmentido pelos próprios funcionários da prefeitura.

• Declarou guerra contra a arte de rua e pintou painéis urbanos de cinza. Meses depois, disse que avaliou mal a questão e inaugurou painéis pela cidade.

• Visando o populismo, o prefeito se fantasiou de gari para iniciar o programa cidade Cidade Linda, que buscava ampliar os serviços de limpeza e zeladoria na cidade. Até dezembro, todos os índices de zeladoria apresentaram resultados piores que no ano anterior.

• Resolveu mudar o nome do Bom Retiro para “Little Seul”. Após críticas, alegou que o nome não seria mudado oficialmente.

• Desmantelou a Virada Cultural em 5 palcos em bairros diferentes. Ao descaracterizar e descentralizar o evento, que tinha a ideia de fazer as pessoas transitarem pelo centro de São Paulo ao se locomoverem entre as atrações, o evento registrou seu menor público desde a criação, em 2005.

• Em seu ato mais desastroso, visando acabar com a Cracolândia, João Doria promoveu uma ação de guerra contra civis. Com total desrespeito à dignidade e à existência humana, o prefeito usou de violência, demolição de um abrigo com pessoas dentro e pediu ao MP a internação compulsória de usuário de drogas. A ação espalhou os usuários de crack pela cidade e iniciou diversas “minicracolândias”.

• Semanas depois, João Doria anuncia o lançamento do projeto “Nova Luz”, que visa a demolição da arquitetura histórica de parte do centro para renovação e construção de modernos edifícios aos moldes da Berrini. O que justificaria a barbárie na Cracolândia.

• O prefeito mandou aplicar jatos d’água em moradores de rua. Ao ser questionado, o prefeito alegou que “foi um descuido”.

• Tentou distribuir farinata ou “ração humana”, para a população carente. Ao ser duramente criticado pela adoção do “alimento”, João Doria alegou “o pobre tem fome, o pobre não tem hábito alimentar”. Ao ver a medida se transformar em publicidade negativa, o prefeito voltou atrás com o projeto.

• Durante grande parte do ano, viajou a outros estados para receber premiações em um esforço de pré-campanha presidencial. Ao ser criticado, alegou que consegue administrar a cidade pelo celular.
Ao ver sua popularidade e aprovação despencaram pela população e pelo partido, João Doria voltou atrás.

• Para mascarar números da gestão, a gestão Doria age para dificultar acesso a dados e viola Lei de Acesso à Informação. Secretário da Comunicação disse em gravação que vai “botar pra dificultar” pedidos de jornalistas.

• Com suas “doações”, a gestão Doria concedeu diversos “favores” aos doadores. Operou livremente a mão invisível do mercado. Um exemplo disso foram as doações de remédio próximos a validade, onde as empresas se livraram dos custos de descarte e ganharam R$66 milhões em isenções fiscais.

• Publicou um “showreel” da cidade e anunciou o maior programa de privatizações de São Paulo. O prefeito quer realizar 55 privatizações e PPPs leiloando São Paulo à iniciativa privada.

• Contrariando tendências mundiais, lançou o programa Marginal Segura que aumenta a velocidade máxima nas marginais Tietê e Pinheiro. O prefeito dificultou o acesso às informações públicas e não é possível obter informações concretas sobre o número de acidentes, mas foram registradas 20 mortes no período.

• Sem construir um único quilômetro de ciclovia, João Doria burocratizou o processo de ampliação da malha cicloviária. E em alguns pontos, removeu a ciclovia em prol de comerciantes que alegavam perder vagas de estacionamento em seus negócios. Só em 2017, foram 32 ciclistas mortos em São Paulo.

• Quer transformar as crianças da rede pública em mídia alternativa, colocando propaganda nos uniformes escolares. Após polêmica, anunciou que irá vetar a lei.

• Cortou a verba da saúde e com isso, paralisou as obras nos hospitais Brasilândia e Parelheiros, que atenderam parte da demanda das periferias norte e sul da cidade.

• Cortou o transporte escolar e disse aos pais para mudarem filhos de escola.

• Em uma posição autoritária, João Doria demitiu ou afastou diversos funcionários que fizeram declarações contrárias a suas decisões.

#AceleraSP

[EDIT]

Como a lista da barbárie é tanta, eu vou editando aqui com informações que for lembrando ou o pessoal comentar:

• Proibiu as crianças da rede pública de repetir as refeições, marcando a mão de quem já comeu com um carimbo.

• Ofereceu para a iniciativa privada a gestão de informação sobre o Bilhete Único, facilitando o monitoramento do direito de ir e vir do cidadão.

• Deixou cães e gatos sem comida no Centro de Controle de Zoonoses, por problemas de licitação.

• Cortou em mais da metade a verba do “Leve Leite”, e com os ajustes deixou de fora do programa 690 mil crianças e adolescentes.

[EDIT 2]

Esse post era um resumo dos desastres do primeiro ano de gestão, mas como voltou à tona agora, vale acrescentar mais alguns tópicos:

• Pretende reduzir o número de ônibus e linhas. A cidade pela primeira vez na história teve um recuo no número de pessoas transportadas em modais públicos e com isso, o João Trabalhador que manter o pobre na periferia ou levando ainda mais tempo para ir e voltar ao trabalho.

• Doria está sendo processado pelo MP pelo uso indevido da marca própria do CIDADE LINDA em veículos públicos para propaganda pessoas.

• Rebaixou a CGM – Controladoria Geral do Município, órgão contra a corrupção que descobriu a mafia do ISS, a uma secretaria. Além de demitir a Controladora Laura Mendes Armando de Barros duas semanas após abrir uma investigação da mafia da Cidade Limpa.

• Aumentou exponencialmente o investimento em propaganda, enquanto cortou orçamento de diversas secretarias importantes.