“Temer é o chefe da ORCRIM”: Joesley queimou a narrativa de Moro e o cérebro da extrema direita. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 17 de junho de 2017 às 9:06
“Quem é o chefe da ORCRIM?”

 

A senha foi dada por Augusto Nunes, colunista da Veja por enquanto (toda a turma dele foi mandada embora, de Felipe Moura Brasil a Reinaldo Azevedo).

“O que falta é mais gente decidida a avisar nas ruas, aos berros, que o Brasil decente não se deixará intimidar pelos poderosos patifes que teimam em obstruir os caminhos da Lava Jato. Refiro-me à verdadeira Lava Jato, representada por Sérgio Moro, não à caricatura parida em Brasília por Rodrigo Janot”, escreveu.

Joesley Batista está terminando de enterrar a narrativa segundo a qual Lula comandava a chamada ORCRIM, organização criminosa, “o maior esquema de corrupção desde as pirâmides do Egito” e por aí vai.

Essa versão alimentou gerações de indigentes mentais que alimentavam outros indigentes mentais num ciclo que parecia infinito — e agora eles estão perdidos como alcoólatras sem o uisquinho da manhã.

Marcello Reis, o zumbi dos Revoltados Online, está batendo pino nas redes sociais. “Então, quem é Lula? Joesley diz que Temer é o chefe da quadrilha. Quem acredita em Joesley?”

Marcello, um picareta fanático — e vice versa — se sente enganado. Joesley só estaria dizendo a verdade se apontasse o dedo para Lula.

O dono da JBS falou o seguinte à Época:

O Temer é o chefe da Orcrim da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles. Por outro lado, se você baixar a guarda, eles não têm limites. Então meu convívio com eles foi sempre mantendo à meia distância: nem deixando eles aproximarem demais nem deixando eles longe demais. Para não armar alguma coisa contra mim. A realidade é que esse grupo é o de mais difícil convívio que já tive na minha vida. Daquele sujeito que nunca tive coragem de romper, mas também morria de medo de me abraçar com ele.

O time de Moro perdeu o controle sobre a história que queria contar. Isso começou em maio de 2016, com o vazamento das conversas de Sergio Machado.

Logo que os áudios vieram a público de sua conversas, sendo a mais famosa a de Jucá narrando o “grande acordo nacional com o Supremo, com tudo”, o primeiro a se manifestar foi o delegado Igor Romário de Paula.

“O que nos preocupa somente é que isso (o grampo) venha a público dessa forma, sem que uma apuração efetiva tenha sido feita antes”, afirmou ele.

Igor estava dizendo que há vazamentos bons e ruins. Os primeiros são os que são feitos pela força tarefa de Curitiba e que desembocam sempre no “Barba”.

O que resta, agora, é o pessoal pegar uma carona em Janot. Na semana passada, Deltan Dallgnol pediu a prisão de Aécio Neves.

Deltan teve a oportunidade de investigar o esquema de Aécio quando o doleiro Alberto Yousseff, há três anos, contou que a irmã do senador recolhia propina na empresa Bauruense, por contratos em Furnas.

Não o fez porque, assim como Augusto Nunes, Sergio Moro, Marcello Reis, Diogo Mainardi e tantos outros, dependem de Lula para viver. Lula garante o leitinho das crianças.

Joesley jogou água no chope e deu um curto circuito no powerpoint e no cérebro da extrema direita.