Temer é um desastre não só para o país, mas para o PSDB. Por Leo Mendes

Atualizado em 12 de dezembro de 2016 às 13:42
Eles
Eles

 

Talvez sejam as infindáveis acusações de corrupção de seus caciques que não param de surgir em múltiplas delações. Talvez seja a decadência e desmoralização profunda da mídia hegemônica, a grande parceira tucana em décadas de desserviços prestados à população.

Mas o mais provável é que o derretimento das candidaturas do PSDB à presidência em 2018, apontado pela última pesquisa Datafolha, seja também culpa de Temer.

Aécio, o mineirinho, Alckmin, o santo, e Serra, o careca, despencaram não apenas por méritos próprios, por hipocrisia desvelada ou demagogia assumida. Despencaram porque são Temer. Não há como diferenciá-los.

O que fariam de diferente ao que o ilegítimo vem fazendo? Que parte do pacote de maldades implementado pelos golpistas e rejeitado pela população o PSDB mudaria? Nenhuma.

Só que com Temer fazendo o que o PSDB faria, os tucanos perderam o elemento surpresa, a possibilidade de se beneficiar da ignorância daqueles que acreditaram que Temer salvaria o país e já descobriram que foram enganados.

Temer é Cunha, Calheiros, Jucá, mas também Aécio, Alckmin e Serra.

Inversamente proporcional à queda dos tucanos e à explosão do desprezo ao governo Temer, Lula e Marina disparam.

Marina está desaparecida desde que ficou de fora do segundo turno na eleição passada, e cresce por sair ilesa da avalanche de denúncias que soterrou o núcleo golpista do PMDB abraçado aos tucanos.

Lula cresce porque os pedalinhos de Atibaia e o apartamento de classe média no Guarujá se tornam a cada dia mais ridículos na narrativa de “chefe maior”, capo e fundador da corrupção no país.

2018 está logo ali, mas Temer não deve resistir até lá, e também segundo o Datafolha, 63% querem a renúncia.

Hoje Lula e Marina travariam uma dura disputa pelo cargo de presidente legítimo, vago desde a saída de Dilma.