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Temo que a seleção afunde como o Titanic na Copa

Neymar pode amarelar

Ladies & Gentlemen:

Eu vi ontem o Titanic no jogo entre Brasil e África do Sul.

Muita festa, muita alegria, muita expectativa antes da hora. O risco é, quando for para valer, surgir um iceberg que ponha a pique o escrete.

No futebol, existe a hora certa para jogar.

Boss me conta que o time brasileiro de 70 – o maior que vi jogar, depois da seleção britânica campeã de 66 – saiu vaiado do Brasil depois de um empate sem gols com a medíocre Bulgária.

Até Pelé foi colocado em dúvida. Diziam que não enxergava nada, como um Mister Magoo dos gramados.

Mas no México foi o que se viu.

Não tenho dados objetivos para prever o naufrágio da equipe do Brasil. Apenas a intuição, e mais a incômoda sensação de que o time joga bem contra adversário fraco e se encolhe diante de inimigo poderoso.

Vai ser o grande teste de Neymar. Não poria minhas libras num desempenho sensacional dele. Pressinto que ele possa amarelar em situações de grande estresse e responsabilidade.

Se estou certo ou errado, veremos em breve.

Se não o Brasil, quem?

Fácil: a Argentina. O maior jogador do mundo é argentino, Messi, e isso pode fazer toda a diferença.

Acresce que os argentinos adoram ganhar dos brasileiros, assim como os franceses são loucos por nos derrotar.

Só não consigo entender como o técnico argentino pode abrir mão de Tevez, um atacante completo, em que técnica e raça se combinam.

Minha segunda aposta, depois da Argentina, seria Portugal, por causa de Cristiano Ronaldo. Estou tentado a jogar 200 libras em Portugal. Posso ganhar umas dez vezes aquilo. Convém não subestimar também o English Team, e não falo isso por patriotismo, mas por conhecer o incrível potencial de craques como Rooney e Sturridge.

Ladies & Gentlemen: gostaria de transmitir uma mensagem mais positiva para vocês, mas sou profissional antes e acima de tudo.

Eu vi o escrete brasileiro, ontem, e infelizmente o que me veio à mente foi o Titanic da versão Leonard DiCaprio.

Torço que esteja errado, mas …

Sincerely.

Scott

Tradução: Erika Kasumi Nakamura

Scott Moore

Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.

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Scott Moore

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