“Temos uma orquestra aqui”: o fracasso humano no choro das crianças separadas dos pais nos EUA

Atualizado em 18 de junho de 2018 às 23:06

Filhos pequenos de imigrantes estão separados dos pais em jaulas — não exagero — na fronteira sul dos EUA, no Texas.

Em cada uma delas há 20 ou mais crianças, que têm garrafas de água, pacotes de batatas fritas e folhas de papel à guisa de cobertores.

Ravina Shamdasan, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, declarou que, em janeiro de 2017, quando Donald Trump assumiu, os Estados Unidos começaram a aplicar a política de “tolerância zero”.

Adultos são detidos e presos e seus filhos ficam em centros de refugiados.

“Não tem nada de normal em deter uma criança, sempre constitui uma violação dos seus direitos”, afirma.

A ProPublica, um site jornalístico independente, divulgou um áudio com as vozes de dez meninos e meninas sendo isolados de adultos (foram 2 300 desde abril).

“Eu sei que ela não é cidadã americana,” fala uma mulher referindo-se a sua sobrinha. “Mas é um ser humano. Como ela pode ser tratada desse jeito?”

A certa altura, um agente migratório faz piada sobre o choro: “Bem, temos uma orquestra aqui. Só falta o maestro”.

Nada do que é humano, me é estranho, escreveu Terêncio, dramaturgo e poeta romano.

Malditos sejam.

O vídeo está em espanhol, com legendas em inglês.