Tendência é que botijão de gás chegue a R$ 200 este ano e obrigue mais famílias a usar lenha para cozinhar

Atualizado em 10 de janeiro de 2021 às 7:51
Família usam lenha para cozinhar

O gás subiu mais que a inflação nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro e a tendência é que fique ainda mais caro. O presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP, Alexandre Borjaili, diz que a tendência é que o preço do produto chegue a até R$ 200 este ano. Muitas famílias pobres voltarão a usar lenha, carvão ou álcool.

De acordo com pesquisa do IBGE, em 2018, quando Bolsonaro se elegeu, 14 milhões de brasileiros usavam esses produtos “alternativos”, três milhões a mais que 2016, o ano do golpe. No governo Bolsonaro, esse número deve estar muito mais alto, já que as condições de vida dos trabalhadores pioraram.

Leia trechos da reportagem do UOL:

O preço do botijão de gás de 13 quilos nunca esteve tão alto no Brasil, e a tendência é piorar diante da atual escalada de preços do petróleo no mercado internacional. Nesta semana, a Petrobras anunciou aumento de 6% para o gás liquefeito de petróleo (GLP), que já tinha sido reajustado em 5% no início de dezembro passado —o que poderá levar usuários a buscarem alternativas, como a lenha e o etanol. 

A alta afeta tanto o preço do gás de cozinha, que será vendido nas refinarias por R$ 35,98 o botijão, quanto o GLP a granel, utilizado por indústrias, comércio, condomínios e academias, entre outros. “O GLP está deixando de ser um produto de utilidade pública por causa do alto preço, as famílias em miséria absoluta só crescem no Brasil, contradizendo todo discurso de energia barata do governo. Nunca o preço foi tão alto”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP, Alexandre Borjaili. 

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De acordo com a prévia do Índice Geral de Preços ao Consumidor (IPCA-15), em 2020 o preço do gás de cozinha subiu 8,3%, enquanto o gás encanado caiu 1,09% e o gás veicular recuou 1,29%. A alta do botijão é quase o dobro da inflação prevista para o período, de 4,23%.

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“A tendência é que o preço do botijão atinja de R$ 150 a R$ 200 este ano”, projeta Borjaili, informando que os revendedores estão buscando alternativas, levando em conta também a venda da Liquigás pela Petrobras. “O GLP, agora, está na mão de multinacionais e o princípio social do botijão de 13 quilos foi totalmente abandonado.”