Tensão e protestos: Presidente da Guatemala toma posse após quase 9 horas de atraso

Atualizado em 15 de janeiro de 2024 às 8:13
Bernardo Arévalo, presidente eleito de Guatemala. Foto: Reprodução

Bernardo Arévalo, o recém-empossado presidente da Guatemala, finalmente assumiu o cargo na madrugada desta segunda-feira (15), após quase nove horas de atraso, em meio a um cenário caótico de disputas políticas no Congresso e protestos de seus apoiadores.

Arévalo alcançou a presidência após vencer as eleições de agosto com uma margem confortável. Apesar do resultado favorável, ele tem enfrentado resistência de diversos promotores vinculados ao governo anterior.

Uma semana após sua vitória, promotores entraram com uma ação para tentar suspender o partido pelo qual foi eleito, o que impactaria seu apoio no Legislativo.

Apesar da pressão de centenas de apoiadores para que os legisladores seguissem a Constituição, o processo de tomada de posse se arrastou por horas, resultando em confrontos entre eleitores e a tropa de choque no exterior do Congresso no domingo (14).

Os manifestantes ameaçaram invadir o Congresso da Guatemala devido ao atraso na indução dos legisladores, enquanto a posse planejada de Arévalo, inicialmente prevista para as 15h, horário local, ainda não havia começado.

Apoiadores do presidente eleito Bernardo Arévalo se reúnem na Praça da Constituição, na Cidade da Guatemala. — Foto: Reuters

Horas antes de assumir o cargo, Bernardo Arévalo, filho do primeiro presidente democrático da Guatemala, comprometeu-se a encerrar um “período tenebroso” de “cooptação corrupta do sistema político” durante seu governo.

Arévalo avançou surpreendentemente para o segundo turno presidencial em junho, derrotando a ex-primeira-dama Sandra Torres Casanova com 60% dos votos, graças à sua mensagem anticorrupção.

Desde então, ele e seu partido têm sido alvo de uma ofensiva judicial que ele denunciou como um “golpe de Estado”, liderado pela elite política e econômica que governou o país por décadas.

O Ministério Público tentou retirar sua imunidade como presidente eleito, desmantelar seu partido progressista e anular as eleições, alegando irregularidades eleitorais.

A investida judicial, considerada “espúria” por Arévalo, foi condenada pela ONU, OEA, União Europeia e Estados Unidos, que anunciaram sanções contra centenas de promotores, juízes e deputados por “corrupção” e por “minar a democracia”.

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