Tentam empurrar Tarcísio para 2026, mas ele é fraco. Por Moisés Mendes

Atualizado em 3 de outubro de 2025 às 21:05
Jair Bolsonaro cabisbaixo e Tarcísio de Freitas falando em microfone
Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas – Reprodução

O maior incômodo íntimo de Tarcísio de Freitas é não saber direito o que é como criatura do bolsonarismo. Tarcísio é visto pela família e pelo entorno dos Bolsonaros como um não confiável, um bolsonarista falsificado.

Porque ele mesmo não sabe o que possa ser, depois de ter feito muitos movimentos no sentido de se afirmar como líder da extrema direita, cometendo erros graves na tentativa de calibrar o seu extremismo.

Se fosse uma vodca, hoje Tarcísio poderia ser recolhido pela própria extrema direita para verificação do lacre. Tarcísio não tem selo de qualidade do bolsonarismo.

Não consegue dizer o que de fato é nem para a Faria Lima, até porque a Faria Lima tem outras preocupações com seus problemas com o PCC. O governador que vestiu o boné de Trump e que atacou Alexandre de Moraes, sempre com gestos impulsivos de amador da política, não consegue dizer nem para a Globo que pode ser capaz de derrotar Lula.

A Globo, a Folha, o Estadão, nenhum deles confia em Tarcísio, porque o sujeito é fraco. As pesquisas provam. Mais do inconfiável, Tarcísio é fraco. Tarcísio é frágil e frouxo como alternativa da direita para 2026.

Jair Bolsonaro com os filhos
Jair Bolsonaro e os filhos – Reprodução

Se não fosse, já teria conseguido se impor ao natural, como governador de São Paulo, inclusive diante da família, como nome que derrotaria Lula. Faria Lima, jornalões, Fiesp, ninguém confia em Tarcísio como candidato com possibilidade de enfrentar Lula.

E ninguém consegue antecipar o que ele seria no poder. Tarcísio, que Bolsonaro, Eduardo, Flavio e Carluxo vêm com desconfiança, seria submetido ao controle absoluto da família se chegasse ao Planalto?

A família não sabe o que aconteceria, a velha direita também não, nem Valdemar, nem Kassab, nem Ciro Nogueira. Tarcísio só é totalmente confiável para o agro, para os grileiros, os desmatadores e os que ainda levam a sério a conversa de que bandido bom é bandido morto. Tarcísio manda matar pobres e negros e diz que mata bandidos.

O resto não confia nele. E não necessariamente por ser um híbrido do bolsonarismo, mas por ser fraco. Tarcísio de Freitas tem uma grande torcida se esforçando para que ele seja valente.

Mas Tarcísio não reage porque é fraco. Pode piorar? Pode. Imaginem Michelle de vice de Tarcísio.

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/