
A manifestação contra a PEC da Blindagem e o projeto de anistia aos condenados do 8 de janeiro em Florianópolis, neste domingo (21), ganhou repercussão nacional após a decisão do governador Jorginho Mello (PL) de fechar a Ponte Hercílio Luz para o ato. A medida, que contou com bloqueio policial e restrições no local, não impediu a mobilização popular, que seguiu pelas ruas da capital catarinense.
Nas redes sociais, diversas denúncias apontaram que além do fechamento da ponte, a Polícia Militar foi acionada para inibir os manifestantes e até mesmo a água dos banheiros públicos foi desligada. O episódio foi interpretado como uma tentativa de enfraquecer o protesto, mas acabou gerando maior visibilidade para o movimento, que ecoou entre apoiadores da democracia em todo o país.
O governador foi alvo de críticas diretas. A usuária Graça Campos lembrou em postagem que Jorginho Mello tem familiares condenados por corrupção e questionou: “Pq será o medo dele, hein?”. Já o deputado estadual Leonel Camasão (PSOL-SC) convocou os atos em diversas cidades de Santa Catarina, como Joinville, Chapecó e Itajaí, reforçando o chamado contra a “PEC da Bandidagem”.
O Governador Jorginho Mello, aquele que tem parentes próximos condenados por corrupção, mandou fechar a ponte de Florianópolis para barrar a manifestação contra a PEC da bandidagem. Pq será o medo dele, hein? pic.twitter.com/cSqDqgmjhE
— Graça Campos (@Mariada00801445) September 21, 2025
Mesmo com as restrições, a mobilização em Florianópolis se fortaleceu. Usuários como Ana Mesquita denunciaram a “postura fascista” do governo estadual, enquanto outros perfis destacaram a resistência popular: “CONTRA ANISTIA, POVO NA RUA, TENTARAM NOS CALAR”, escreveu Jhonnys. A repercussão colocou “Florianópolis” entre os assuntos mais comentados no Twitter neste domingo.
Em Florianópolis fecharam a ponte e o governador facista colocou a PM para inibir os manifestantes. Delisgaram a água dos banheiros públicos. Vejam @enf_intensiva pic.twitter.com/KdScCyRPZ7
— Ana Mesquita 🚩🚩🚩🇧🇷 (@antifascista55) September 21, 2025
A tentativa de bloquear o uso da ponte acabou sendo vista como um gesto sectário e antidemocrático. Para movimentos sociais, a decisão apenas reforçou a gravidade da luta contra retrocessos e deu ao ato uma dimensão ainda maior, atraindo a atenção da imprensa e de lideranças nacionais. O protesto, segundo organizadores, simbolizou a resistência diante de manobras que visam restringir a liberdade de expressão e enfraquecer a democracia.
Com o episódio, Florianópolis se tornou um dos centros de mobilização contra a PEC da Blindagem, aprovada na Câmara e agora em análise no Senado. A estratégia do governador, que buscava conter a força do ato, acabou evidenciando o alcance da mobilização, consolidando o estado como palco de resistência à anistia e às medidas de autoproteção parlamentar.
Confira a cobertura de atos: