Thiago Brennand, Bolsonaro e a cafajestagem do “foi mal, tava doidão”. Por Nathalí

Atualizado em 29 de abril de 2023 às 23:05
Empresário bolsonarista Thiago Brennand. (Foto: Reprodução)

O empresário bolsonarista Thiago Brennand, que estava foragido nos Emirados Árabes, foi extraditado e preso aqui no Brasil, acusado de estupro, agressão, cárcere privado e ameaça.

No próximo domingo ele passará por audiência de custódia e será transferido para unidade prisional.

O empresário foi filmado agredindo uma mulher em academia e responde a várias denúncias por agressão e crimes sexuais. Alliny Helena Gomes, de 37 anos, foi agredida após recusar as investidas do indivíduo, que respondeu puxando seu cabelo, empurrando-a e cuspindo.

A exposição do vídeo deu visibilidade às mais de 15 denúncias contra o agressor.

Eis o mais comum entre os machistas rejeitados: agredir a mulher que não aceite suas investidas. O dinheiro e o poder, somados à autoestima masculina delirante, têm como resultado mentalidades que simplesmente não aceitam rejeição, respondem sempre com violência e pensam terem garantida sua impunidade – e têm mesmo, exceto quando um vídeo da agressão viraliza na internet.

Nas redes sociais, ele se declara bolsonarista, e se apresenta como suposto professor de Jiu-jítsu: o típico bolsonarista machão que violenta mulher e depois se declara inocente e injustiçado.

“Sou branco, conservador, armamentista. Pela família, pela propriedade privada, pelo respeito ao próximo, por colocar o homem no seu lugar e a mulher também”, escreveu em uma de suas redes.

Colocar a mulher em seu lugar seria ameaçá-la e violentá-la? A resposta é simples: sim. Para o bolsonarismo, é este o lugar da mulher, subserviente e sempre vítima.

E a ficha de Thiago não termina por aí: ele já foi acusado de agredir ou ameaçar o funcionário de um clube de hipismo, agredir um técnico de enfermagem dentro de um hospital e de ameaçar o medalhista olímpico Dona Miranda.

Mais um “cidadão de bem” que apoia Jair Bolsonaro. Mais um que representa tudo que Bolsonaro sempre pregou e incentivou: violência, crimes sexuais e crimes de ódio.

Embora as mulheres sejam as vítimas mais vulneráveis desse tipinho, portanto, não há escolha das vítimas de agressão: Brennand é do tipo que acredita que dinheiro e poder lhe dão a prerrogativa de agredir, ameaçar, importunar sexualmente e ainda ter a pachorra de se dizer “injustiçado”.

Bolsonaro caiu mas o bolsonarismo continua por aí, parindo suas aberrações. Que cada vez mais homens “brancos, conservadores e armamentista” revelem-se os monstros que são e vão parar no mesmo fosso que Thiago Brennand.

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Nathalí Macedo
Nathalí Macedo, escritora baiana com 15 anos de experiência e 3 livros publicados: As mulheres que possuo (2014), Ser adulta e outras banalidades (2017) e A tragédia política como entretenimento (2023). Doutora em crítica cultural. Escreve, pinta e borda.