
O comediante Thiago Santinelli afirmou em vídeo que teve seu visto americano revogado por causa de piadas feitas em seus shows. Ele disse que recebeu a notificação por e-mail da Embaixada dos Estados Unidos enquanto se apresentava na Europa, onde já havia passado por diversos países. Em Portugal, prestes a encerrar a turnê e retornar ao Brasil, relatou que foi surpreendido pela decisão.
Segundo o artista, a medida faz dele “o primeiro comediante do mundo banido de entrar nos Estados Unidos” por conta de uma piada. Ele ironizou a situação dizendo: “Cadê a terra da liberdade de expressão restrita, galera? E agora?”. O humorista destacou o apoio do público, que acompanha seus vídeos e lota suas apresentações, como fundamental para manter sua carreira.
Natural de uma cidade satélite do Distrito Federal, Santinelli agradeceu aos seguidores pela trajetória e afirmou considerar o episódio como um marco em sua vida artística. “O primeiro comediante barrado de entrar nos Estados Unidos por causa de piada foi um comediante brasileiro de Samambaia Sul, OK? Olha onde nós chegamos”, declarou.
a embaixada dos estados unidos me mandou um e-mail hoje revogando meu visto.
O PRIMEIRO COMEDIANTE DO MUNDO A SER PROIBIDO DE ENTRAR NOS EUA POR CAUSA DE PIADA SOU EU 🔥
brigado pela ajuda felipe! pic.twitter.com/j8dA6jYCrr
— DEUS 🇧🇷 (@tiagosantineli) October 1, 2025
Sanções americanas
No Brasil, a morte de Charlie Kirk repercutiu de forma intensa e dividida. Peninha, por exemplo, teve shows cancelados e enfrentou representações no Ministério Público por dizer que o líder de extrema-direita não deixaria saudade. Em Recife, um médico foi denunciado ao Conselho Regional de Medicina após comemorar a morte nas redes sociais.
Houve também impacto no meio cultural e empresarial. Uma estilista ligada à Vogue Brasil foi demitida depois de publicar uma frase interpretada como comemoração do assassinato. Mesmo após alegar que não se referia ao aliado de Donald Trump, a repercussão já havia levado a cortes de vínculos profissionais.
Outras instituições culturais e marcas cancelaram parcerias ou afastaram pessoas que se manifestaram em apoio à tragédia, como forma de conter a pressão da opinião pública.
Em paralelo, o governo Trump impôs recentemente sanções ao Brasil direcionadas a integrantes do Judiciário e seus familiares. A esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Viviane Barci de Moraes, foi alvo de restrições econômicas com base na Lei Magnitsky.
Além disso, o Procurador-Geral da República Jorge Messias e outros juízes auxiliares tiveram seus vistos cancelados, sob a alegação de envolvimento em censura e abuso de autoridade.
Entre os que perderam os vistos, estão ministros do STF e autoridades ligadas a investigações sobre Jair Bolsonaro (PL). O próprio Alexandre de Moraes já havia tido o visto revogado em medida anterior. Também foi registrada a revogação do visto da filha de 10 anos do ministro da Saúde Alexandre Padilha, decisão que gerou forte repercussão por atingir familiares sem ligação direta com o exercício da função pública.
Essas medidas ampliaram a tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos. O gesto foi interpretado como uma forma de pressão política sobre autoridades brasileiras que atuaram contra grupos ligados ao ex-presidente Bolsonaro. As sanções marcam um endurecimento das relações bilaterais e colocam em evidência a estratégia do governo Trump de confrontar diretamente setores do Judiciário brasileiro.