Tiro contra Brasil atingirá a direita, diz Míriam Leitão sobre tarifaço de Trump

Atualizado em 10 de julho de 2025 às 11:47
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

Em artigo publicado no Globo nesta quinta-feira (10), a jornalista Míriam Leitão destacou que o “tiro contra o Brasil”, por meio da nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também atingirá a direita. Ela afirma que a economia brasileira irá sofrer e que o grupo bolsonarista será o responsável pelos estragos.

Confira alguns trechos:

Um olhar sobre a balança bilateral mostra que, do ponto de vista comercial, a artilharia tarifária de Donald Trump contra o Brasil nos prejudica, mas a eles também. Metais podem vir a pagar 100% para entrar nos Estados Unidos se as tarifas se somarem. O Brasil perderá empregos e atividade econômica, mas os EUA terão encarecimento de produtos. Há um comércio intrafirmas, de multinacionais americanas instaladas aqui que exportam para suas matrizes. Do ponto de vista político, é evidente que a maior prejudicada é a direita, grupo que Trump pretendeu favorecer. (…)

O grupo bolsonarista será o responsável pelos estragos. Eles pediram, em gestão junto ao governo americano, que punisse o Brasil. Venderam a falsa perseguição política a Bolsonaro, restrição da liberdade e da democracia. Eles pediram o ataque americano.

Carta de Trump para Lula informando tarifaço de 50% — Foto: Reprodução
Carta de Trump a Lula informando tarifa de 50%. Foto: Reprodução

É difícil até dimensionar o que vai acontecer porque faltam informações básicas. Um tarifaço por razões políticas nem mesmo Trump estava fazendo. Alegava que as exportações americanas eram mais taxadas do que as importações, e por isso, elevava as tarifas.

No nosso caso, ele anuncia um exorbitante imposto de 50% sobre produtos brasileiros culpando o Poder Executivo pelo processo que Bolsonaro responde no Judiciário. E por decisões da Justiça contra as empresas de tecnologia. Ignora a separação de Poderes no Brasil. (…)

O Brasil é menos dependente dos Estados Unidos. De tudo o que exporta 13% vão para terras norte-americanas, e do que importamos 12% vêm de lá. Nossa balança comercial é equilibrada, mas com vantagens para eles. O superávit acumulado pelos EUA é enorme. (…)