O falso laudo médico divulgado pelo empresário Pablo Marçal (PRTB) nas redes sociais para associar Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de drogas alcançou cerca de 100 mil pessoas em grupos públicos no WhatsApp e no Telegram. Mesmo após o documento ter sido desmentido, as mensagens enganosas continuaram a circular nesses aplicativos.
Dados da Palver, empresa parceira da Lupa, agência de checagem de fatos, no monitoramento de grupos públicos, revelam que o termo “prova contra Boulos” atingiu 61 mil pessoas em 16 mensagens, espalhadas por 13 grupos no WhatsApp e Telegram até as 17h35 deste sábado (5).
Já o termo “Boulos cheirador” impactou 20 mil pessoas, sendo compartilhado em pelo menos 10 grupos. Além disso, 14 mil pessoas foram atingidas por mensagens diferentes que promoviam o laudo falso.
Entre essas mensagens, algumas citavam um suposto “quadro de surto psicológico grave” atribuído a Boulos, enquanto outras celebravam a divulgação do laudo, que havia sido prometido pelo ex-coach no início da campanha.
Apesar do impacto, o levantamento indica que as interações relacionadas às informações verdadeiras alcançaram um público ainda maior. Até as 16h30 do último sábado (5), os termos “suposto laudo” e “laudo falso” atingiram 185 mil pessoas em 77 grupos no WhatsApp e Telegram.
Os termos “Boulos” e “pede prisão” alcançaram pelo menos 23 mil pessoas nos grupos monitorados, principalmente por meio do compartilhamento de notícias, o que pode resultar na sobreposição de conteúdos.
Vale destacar que o Ministério Público pediu a abertura de um inquérito policial para investigar a divulgação do laudo falso por Marçal.
A Polícia Federal (PF) também incluiu o episódio no inquérito que investiga as acusações feitas por Marçal durante a corrida eleitoral. No fim da tarde, a Polícia Civil de São Paulo confirmou a falsidade do laudo após exames grafotécnicos concluírem que a assinatura do médico não era autêntica.
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