
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) protagonizou um momento inusitado durante sessão da CPMI do INSS nesta quinta-feira (6). O parlamentar usou a música “Velocidade da Luz”, do grupo de samba Revelação, para ironizar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PT) e criticar medidas adotadas durante o governo anterior que, segundo ele, facilitaram irregularidades em descontos associativos ilegais no sistema previdenciário.
Pimenta afirmou que as ações do governo Bolsonaro a partir de 2019 permitiram o avanço do esquema investigado. Ele lembrou que diversos atos administrativos flexibilizaram a atuação de entidades que realizavam descontos automáticos nos benefícios de aposentados e pensionistas, muitas vezes sem autorização dos beneficiários.
Durante a sessão, o ex-ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni prestou depoimento à comissão. Ele defendeu o governo Bolsonaro e também o filho, Pietro Lorenzoni, que atuou como advogado da União Brasileira de Aposentados da Previdência (UNIBAP), uma das entidades apontadas pela investigação como beneficiária das práticas irregulares.
Que vergonha! Paulo Pimenta usa música de samba para criticar governo Bolsonaro na CPMI do INSS. pic.twitter.com/x4W8LHxQqz
— Jakelyne Loiola (@Jakelyneloiola_) November 7, 2025
“Então, eu cheguei à conclusão de que não adianta eu argumentar, não adianta eu mostrar a realidade, não adianta eu mostrar as provas, não adianta eu mostrar os documentos. O povo já entendeu porque esse esquema virou esse monstro que virou, porque foi permitido principalmente a partir de 2019, no governo Bolsonaro”, declarou o deputado.
Logo após sua fala, Pimenta pediu à mesa a execução da música “Velocidade da Luz”, cuja letra repete o verso “todo mundo erra”. O gesto provocou risos entre os presentes, inclusive de Onyx Lorenzoni, que acompanhava o depoimento. A canção foi interrompida a pedido do presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), para dar continuidade à audiência.
A CPMI do INSS foi instalada para investigar supostas fraudes em descontos de mensalidades associativas e sindicais diretamente em benefícios previdenciários. A comissão também apura a responsabilidade de servidores, dirigentes de entidades e ex-integrantes do governo federal na autorização dos sistemas que permitiram as irregularidades.