“Todo mundo sabia que ia acontecer algo”, diz avó de aluna morta em escola de SP

Atualizado em 23 de outubro de 2023 às 16:53
Giovanna Bezerra Silva, vítima da tragédia na Zona Leste de São Paulo. Foto: reprodução

O ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste da cidade de São Paulo, resultou na morte da estudante Giovanna Bezerra, de 17 anos, nesta segunda-feira (23). A avó da jovem, Luzia de Carvalho Silva, relatou ameaças feitas ao colégio e questionou o motivo de as autoridades não tomarem medidas preventivas.

“Nunca esperava, mas todo mundo já sabia que ia acontecer alguma coisa nessa escola, porque há muito tempo estão falando que tava tendo ameaça lá. Por que não fizeram as coisas antes?”, disse ela em entrevista à rádio CBN.

A avó da vítima também revelou que a neta estava feliz por começar um curso remunerado no período da tarde, além de seus estudos regulares. “Ela estudava de manhã e tinha começado a fazer um curso. Com o primeiro salário que ela recebeu, ela ficou tão feliz que [disse que] ia estudar mais”, contou.

O autor dos disparos, um estudante de 16 anos do 1º ano do ensino médio, foi detido após o ataque e encaminhado ao 70º DP (Sapopemba). Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que o atirador entrou em uma sala de aula, causando pânico entre os alunos.

Além de Giovanna, outras duas alunas foram baleadas durante o incidente, com uma delas já tendo recebido alta médica. Um terceiro aluno que se feriu durante a confusão também foi socorrido e já está em casa.

Seis meses antes do atentado, o autor do crime registrou um boletim de ocorrência por ameaça e lesão corporal, após ser agredido por vários alunos não identificados. Em vídeo obtido pelo Metrópoles, é possível ver algumas dessas agressões.

Segundo relatos dos alunos, os supostos autores do ataque incluem um estudante gay, que já foi detido, uma aluna lésbica e outros dois estudantes que eram considerados tímidos e excluídos. Essas características eram apontadas como motivos para o bullying que sofriam, segundo as testemunhas.

“Ele era muito zombado aqui na escola. Sofria bullying por causa de sua orientação sexual. Duas semanas atrás, ele havia alertado que cometeria este atentado. Ninguém acreditou”, afirmou uma aluna. Não há confirmação se Giovanna era uma das estudantes que frequentemente agiam contra o autor do tiro.

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