Toffoli mantém acareação no caso Banco Master e rejeita pedido de suspensão

Atualizado em 25 de dezembro de 2025 às 7:28
O ministro Dias Toffoli. Foto: Divulgação

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve para terça-feira (30) a realização da acareação no âmbito da investigação sobre o Banco Master, após rejeitar o pedido de suspensão feito pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Segundo informações da CNN Brasil, decisão foi tomada na noite de quarta-feira (24), cerca de duas horas após a manifestação de Gonet ser enviada ao STF. O processo e a decisão seguem sob sigilo. Gonet argumentou que a acareação seria “prematura” e pediu que fosse suspensa por tempo indefinido.

Segundo o procurador-geral, a medida só deveria ser realizada quando todos os requisitos que a legitimam estivessem atendidos, garantindo sua utilidade para o andamento da investigação. No entanto, Toffoli entendeu que já havia motivos suficientes para ordenar o procedimento, apontando contradições claras nas descobertas do inquérito.

A acareação foi determinada para ocorrer entre Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, Paulo Henrique Costa, ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), e Ailton de Aquino, diretor do Banco Central (BC), com o objetivo de confrontar as versões sobre a suposta fraude de R$ 12,2 bilhões na tentativa frustrada de venda do Master ao BRB.

Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. Foto: Divulgação

O procedimento será realizado por videoconferência no penúltimo dia do ano. Esse instrumento jurídico é utilizado quando há contradições ou omissões nos depoimentos de investigados, permitindo o confronto entre as partes.

No entanto, neste caso, Toffoli ordenou a acareação antes de ouvir todos os depoimentos, sem a possibilidade de verificar previamente as contradições, o que gerou controvérsias. A decisão foi vista por muitos como precipitada, já que a acareação foi determinada sem solicitação da Procuradoria-Geral da República ou da Polícia Federal.

A ordem de Toffoli pegou de surpresa tanto os investigadores quanto procuradores e membros do Banco Central. Fontes indicaram ao portal da CNN que a acareação não era considerada uma necessidade imediata da investigação, e sua realização nesse momento poderia prejudicar o andamento do caso.

Além disso, a decisão gerou uma percepção de que o confronto entre Vorcaro e Aquino poderia constranger o Banco Central, visto que a autarquia foi responsável por denunciar as fraudes ao analisar a operação de venda do Banco Master.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.