Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu “perdão” ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por não ter concedido autorização para que ele comparecesse ao velório de seu irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, quando estava preso em Curitiba.
Vavá morreu em janeiro de 2019, vítima de câncer. A defesa do petista pediu autorização à Justiça para que ele pudesse se reunir com familiares para a despedida do irmão, que aconteceu em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Porém, juízes de instâncias inferiores negaram e a Polícia Federal também se manifestou contra, fazendo com que a decisão fosse parar no STF.
No Supremo, Toffoli concedeu o direito de Lula se encontrar com a família em uma unidade militar em São Paulo, com a possibilidade de o corpo de Vavá ser levado até ele, mas o político recusou e nunca se esqueceu do episódio. O pernambucano já confessou a diversos interlocutores que guarda profunda mágoa do ocorrido e tem evitado maior aproximação com Toffoli desde que passou a frequentar cerimônias oficiais como presidente eleito.
De acordo com a Folha de S.Paulo, na cerimônia de diplomação de Lula, que aconteceu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última segunda-feira (12), o ministro do Supremo se aproximou do petista e pediu desculpas a ele. “O senhor tinha direito de ir ao velório. Me sinto mal com aquela decisão, e queria dormir nesta noite com o seu perdão”, afirmou ele.
Lula bateu na mão de Toffoli e disse para ele ficar tranquilo, pois depois os dois poderiam conversar de forma mais reservada.